O rompimento da aliança liderada pelo PDT cria um cenário que envolverá três forças na briga pelo segundo turno da eleição no Ceará. Consolidado como candidato do presidente Jair Bolsonaro ao Governo do Estado, o deputado federal Capitão Wagner, do União Brasil, lidera hoje todas as pesquisas de intenção de votos e trabalha com a certeza de que chegará ao segundo turno. Wagner já atraiu o apoio do PTB, PROS, Pode e Solidariedade e costura aliança com o PL.

A divisão no grupo liderado pelos irmãos Cid e Ciro Gomes provoca o surgimento de duas candidaturas: de um lado, o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que terá o nome oficializado na convenção do PDT marcada para o próximo domingo. O PDT formará aliança com o PSD e com o PSB e ainda espera o apoio do PSDB. Roberto tenta convencer o senador Tasso Jereissati a concorrer à reeleição.

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LULA E CAMILO

A dissidência na base partidária do Palácio da Abolição fez surgir o grupo formado pelo PT, PC do B, PV, PP, MDB e PSDB. Os tucanos estão divididos, embora o presidente da Executiva Regional, Chiquinho Feitosa, articule para a sigla acompanhar o ex-governador Camilo Santana. Chiquinho disse, porém, que a decisão sobre o futuro do PSDB só será tomada com o retorno do senador Tasso Jereissati ao Ceará. Chiquinho e Tasso devem se reunir na segunda-feira.
Se o PSDB fechar com o PDT, a coligação puxada pelo PT ficará com cinco agremiações e, provavelmente, o maior tempo de propaganda no rádio e na televisão. Se depender do líder empresarial Chiquinho Feitosa, o PSDB estará no bloco liderado pelo ex-governador Camilo Santana, que é pré-candidato ao Senado e montará o palanque com o apoio da Governadora Izolda Cela e do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva.

A briga pelos votos ao segundo turno ficará bem concentrada na Região Metropolitana de Fortaleza, com vantagens, nesse momento, do Capitão Wagner e do ex-prefeito Roberto Cláudio. Os dois estiveram como protagonistas das últimas duas eleições para a Prefeitura da Capital e concentram, assim, bons índices de recall junto aos eleitores. Esse cenário tem, também, a força de Camilo Santana que atrai o apoio da esquerda e das entidades sindicais, o que provoca uma forte divisão de votos no segmento que, nos últimos 15 anos, esteve afinado com a aliança PDT-PT.