Dois presidentes brasileiros já foram presos acusados de crimes comuns (todos aqueles que não estão classificados nem como crimes hediondos, crimes contravencionais ou crimes de responsabilidade). O ex-presidente Lula (PT) e, agora, o ex-presidente Michel Temer (MDB), preso na manhã dessa quinta-feira (21), no Rio de Janeiro, pela Operação Lava Jato.
Segundo os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida, toda essa repercussão é ruim e “negativa para a democracia brasileira“. No Bate Papo Político desta sexta-feira (22), o jornalista Beto Almeida destacou a importância de se ter a figura de um ex-presidente como instituição de prestígio no país – alguém que poderia auxiliar.
A prisão de Michel Temer pode atrapalhar, também, a tramitação da reforma da Previdência. Ela gerou opiniões divergentes entre políticos brasileiros, entre eles, do presidente da República Jair Bolsonaro que afirmou: “o que levou a essa situação, pelo que parece, são os acordos políticos dizendo-se em nome da governabilidade“.
Para Beto, a mensagem de Bolsonaro surge com uma outra leitura. “Ele não quis acirrar a bancada do MDB e, além de não querer acirrar, não quis ser forte porque está olhando para o próprio retrovisor“, destacou. Segundo os jornalistas, que comentaram também as declarações de Tasso Jereissati (PSDB) e Ciro Gomes, o modo como a prisão se deu irá dificultar a votação da reforma.