O dólar volta a operar em alta nesta quinta-feira (30), após cair na véspera, e ronda as máximas históricas. Os investidores continuam acompanhando a corrida eleitoral no país e o cenário externo.
Às 11h38, a moeda norte-americana subia 1,39%, a R$ 4,1747. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,1782. Na mínima, a R$ 4,1195.
A seguir neste ritmo, o dólar pode encerrar o dia na maior cotação de fechamento da história frente ao real. A maior cotação de fechamento até agora foi registrada em 21 de janeiro de 2016, quando a moeda dos EUA encerrou o dia a R$ 4,1631. No intradia, no entanto, esse valor já foi maior: o dólar chegou a valer R$ 4,2484 em 24 de setembro de 2015, mas recuou e fechou abaixo de R$ 4.
A cotação por aqui segue a trajetória da moeda norte-americana ante divisas de emergentes no exterior e reflete as perspectivas do mercado depois de uma nova rodada de pesquisa de intenção de voto.
Na véspera, o dólar caiu 0,54%, a R$ 4,1176, após se aproximar da máxima de fechamento histórica no começo do pregão.
“Sem grande ‘ajuda’ do exterior, e ainda com dúvidas sobre as perspectivas políticas por aqui, o viés para os ativos locais, nesta sessão, é mais negativo”, disse a corretora Guide Investimentos em relatório.
No mercado internacional, o dólar operava em alta ante a cesta de moedas e subia forte ante divisas de países emergentes, com destaque para a lira turca, o rand sul-africano e a rúpia indiana.
Atuação do BC
O Banco Central brasileiro realiza nesta sessão leilão de até 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para concluir a rolagem do vencimento de setembro, no total de US$ 5,255 bilhões.
Com isso, o BC retira qualquer pressão adicional sobre o câmbio por causa de dúvidas sobre esse vencimento. “Com o leilão de linha, o BC dá uma sinalização de que está de olho no mercado e vai entrar se necessário”, afirmou à Reuters a estrategista de câmbio do Banco Ourinvest Fernanda Consorte.
Novo patamar e perspectivas
A recente disparada do dólar, que voltou a romper a barreira dos R$ 4 após 2 anos e meio, acontece em meio às incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.
Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram uma fraqueza de candidatos voltados a reformas alinhadas com o mercado. Além disso, o nervosismo gera maior demanda por proteção, o que pressiona o real. Exportadores, empresas com dívidas em dólar e turistas preocupados correm para comprar e ajudam a elevar o preço da moeda americana.
Outro fator que pressiona o câmbio é a perspectiva de elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes.
A visão dos analistas é de que o nervosismo tende a continuar e que o mercado ficará testando novas máximas até achar um novo piso ou até que se tenha uma maior definição da corrida eleitoral.
Com informação do G1