Enquanto os desafetos políticos tentavam encurrá-lo para impedir a sua entrada na base de apoio ao Palácio da Abolição, o ex-vice-governador e presidente regional do PSD, Domingos Filho, deu o troco e, para alguns, a volta por cima, ao ser indicado para presidir a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A indicação de Domingos Filho foi antecipada pelo Jornal O Estado de São Paulo.
Se os adversários queriam vê-lo enfraquecido, Domingos ganha na Funasa muito mais força política em relação à ocupação de cargos pelo PSD na administração estadual.
CAVALO DE PAU
O ‘cavalo de pau’ dado por Domingos Filho nos desafetos políticos vai mais longe porque, além de comandar a poderosa Funasa, levará o PSD para o Governo do Estado, terá uma relação ainda mais direta com a gestão Elmano de Freitas (PT) e com os prefeitos – muitos aliados aos líderes partidários que não o queriam na base de apoio ao Palácio da Abolição.
A Funasa chegou a ser extinta no início da administração do presidente Lula, mas foi recriada a partir de pressões de deputados e senadores do PP, PL, União Brasil e PSD. O órgão, que cumpre papel importante na distribuição de emendas parlamentares destinadas a obras de saneamento básico e abastecimento de água, representa força política e eleitoral na relação direta com os prefeitos.
DOMINGOS DESATA O NÓ
A ascensão de Domingos Filho ao Palácio do Planalto, em Brasília, cujas portas foram abertas pelo herdeiro deputado Domingos Neto e pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, deixa um gosto amargo de derrota para os presidentes regionais do MDB, Eunício Oliveira, e do Republicanos, Chiquinho Feitosa. Com informações dos bastidores políticos, Carlos Alberto.
Eunício e Chiquinho, além do prefeito de Caucaia, Vitor Valim, dos deputados estaduais Romeu Aldigueri e Agenor Neto e do Secretário de Cidades, Zezinho Albuquerque, também, deputado estadual, não escondiam o descontentamento com as investidas do PSD rumo ao Governo do Estado.
Esse grupo que, em 2022, esteve na campanha de Elmano, não aceitava Domingos, ex-vice na chapa de Roberto Cláudio, recebendo o mesmo tratamento dos aliados de primeira hora. O nó dado pelo líder do PSD retrata, porém, uma velha assertiva: a política não é pelo ontem, nem pelo amanhã, mas sim pelo hoje. E, no presente, o PSD é um aliado que o PT quer na corrida pela Prefeitura de Fortaleza.
FORÇA POLÍTICA E ELEITORAL DA FORÇA
A Funasa chegou a ser extinta no início da administração do presidente Lula, mas foi recriada a partir de pressões de deputados e senadores do PP, PL, União Brasil e PSD. O órgão, que cumpre papel importante na distribuição de emendas parlamentares destinadas a obras de saneamento básico e abastecimento de água, representa força política e eleitoral na relação direta com os prefeitos.
Uma reportagem do Jornal O Estado de São Paulo destaca que ‘’a indicação de Domingos Filho atende à necessidade do Centrão de ter um político sem cargo eletivo à frente da Fundação, já que a lei impede parlamentares de comandarem a Fundação’’. A reportagem destaca, ainda, que ‘’Se um deputado ou senador quiser assumir agências, como a Funasa ou a Embratur, precisa renunciar ao cargo’’.