O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu neste domingo o diálogo entre lideranças de seu partido e do DEM para uma eventual fusão das legendas antes das eleições municipais de 2020.
– O DEM estará sempre conosco e a gente com o DEM. Defendo que partidos estejam fortalecidos. Nós temos uma situação no processo eleitoral de 2020 que vai exigir partidos fortes. As coligações não serão mais permitidas por lei. Partidos fortes farão campanhas fortes e farão eleições vitoriosas – disse Doria a jornalistas após participar da convenção estadual que escolheu o vice-governador paulista, Rodrigo Garcia, como presidente do DEM no estado.
Para o governador, contudo, qualquer discussão sobre união das siglas deve começar após a convenção do PSDB, prevista para maio, e que deve ratificar o nome do deputado federal Bruno Araújo como presidente nacional do partido. Doria voltou a defender uma “faxina ética” no PSDB por meio de um código de ética com punições a membros que tenham cometido atos de corrupção e estejam enfrentando processos na Justiça.
– Os tribunais têm que ser respeitados. A Justiça é um poder independente. Quando os tribunais emitem suas sentenças, o PSDB tem que adotar medidas imediatamente com relação a filiados, ex-filiados, ex-governadores, deputados, senadores, aqueles que compõem o PSDB como um todo.
Além do governador paulista, a convenção do DEM teve a presença de lideranças tucanas no estado, como o senador José Serra e o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que não vê “preconceitos” em relação à fusão, mas avalia que, antes, os tucanos precisam decidir quais são as bandeiras defendidas pelo partido.
– Tem que avaliar, se for fundir, qual vai ser o programa desse novo partido, o que vai defender, isso é mais importante do que definir se funde com A ou com B. A discussão mais importante é o que vai defender o PSDB, ou o que vai resultar da fusão dele com outro partido – disse.
O ex-ministro e ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab, um dos líderes do PSD, falou das reformas da Previdência e tributária como “pontos de convergência” entre as siglas.
– Os partidos (PSDB e DEM) estão juntos nesse processo e lá em Brasília, com a liderança do Rodrigo Maia, tudo isso ajuda na expectativa de aprovação (da reforma da Previdência) – disse.