Dentre as mudanças e sugestões propostas por parlamentares para a realização das eleições municipais de 2020 está um projeto que disciplina a volta dos “showmícios” de forma virtual. Os chamados “showmícios” de artistas em campanhas eleitorais foram proibidos pela “minirreforma eleitoral” de 2006, sendo posteriormente questionado por alguns partidos, porém, mantido pelo TSE. O assunto entrou na pauta do Bate-Papo político desta terça-feira (07) dentro do Jornal Alerta Geral.
Inicialmente, o jornalista Luzenor de Oliveira destaca que os “showmícios’ deixaram de acontecer porque representavam custos elevados para o bolso dos candidatos, bem como dos partidos, gerando muitas denúncias de superfaturamento, além de irregularidades na prestação de contas dos candidatos. Conforme o projeto atual, os gastos com a programação virtual ficaria limitado a R$ 20 mil reais por candidato.
Por conseguinte, o jornalista Beto Almeida explica que o objetivo do deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) com a defesa da proposta é estar proporcionando cultura para a população que está privada disto devido a pandemia. Beto destaca, no entanto, que isso deve apenas retomar os gastos eleitorais, algo que vai na contramão da discussão nos dias atuais sobre promover cada vez mais uma redução nos custos de campanha, pelo fato de que quem banca os gastos é o dinheiro público.
“É um retrocesso, nós estamos tratando de moralização, de redução de gastos, de redução de custos, o país vive uma pandemia”, diz Beto Almeida.
Luzenor pontua que o projeto é apenas uma estratégia para nesse momento “diminuir o impacto da pandemia na vida dos eleitores que estão despreocupados nesse momento com as eleições municipais desse ano, para atrair a atenção dos eleitores para os candidatos a prefeito e a vereador” . Ele ainda afirma que, portanto, as movimentações no Senado e na Câmara Federal são para ressuscitar alguns atrativos da campanha eleitoral.
Por fim, Beto Almeida volta a criticar o projeto e diz que os eleitores não estão preocupados com essas apresentações artísticas nos palanques políticos:
“É o velho pão e circo, é oferecendo pão e circo pra população, divercionismo pra tirar o foco do que realmente interessa. O eleitor que tá preocupado com a sua cidade,com o futuro da sua cidade com a escolha de bons candidatos, ele quer saber de conteúdo, ele quer saber oque o candidato tem nas suas propostas”