Fachada do edifício sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Após a Advocacia-Geral da União (AGU), por meio do diretor do órgão , Bruno Bianco, enviar ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandovisk pedido de interrupção da imunização de crianças contra a Covid-19, usando como base dados da Rede Nacional de Saúde, o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Alex Machado, a ação surge, apenas, para “desafiar o SUS e criar contenda com estados e municípios”.

“Aquelas informações que continham na peição, elas serviriam para um grande pacto nacional de debate de aperfeiçoamento, e não para criar uma contenda com estados e municípios no início da vacinação das crianças. A petição da AGU é um tipo de obscurantismo institucional. É um tipo de golpe à vacinação das crianças, naquilo que é o mais caro, ao direito delas”, destacou o Diretor, durante live da 2ª Reunião Extraordinária Pública, realizada nessa quinta-feira (20).

Confira a fala na íntegra

Além da Anvisa, os gestores estaduais – por meio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) – e municipais – por meio do Conselgo Nacional de Secretários Municipais (Consema) – de saúde, de todo o país, emitiram uma nota conjunta sobre a situação. No texto, os Conselhos informam que irão examinar de forma minuciosa os dados apresentados pela AGU tendo em vista que os sistemas do Ministério da Saúde apresentam instabilidade há mais de 30 dias.

Confira a nota na íntegra.

Entenda o caso

Na última terça-feira (18), a AGU entrou com petição no STF para que fosse interrompida imediatamente a imunização de crianças contra a Covid-19. Na ocasião, a entidade apresentou dados da Rede Nacional de Saúde, que é abastecida por informações dos municípios e estados. Os registros mostravam que, em todo o país, crianças e jovens receberam , de maneira errônea, imunizantes contra a doença.

No Ceará, segundo quadro com dados apresentados pela Advocacia, 3.095 crianças, entre 0 e 11 anos foram imunizadas sem a liberação das entidades sanitárias federais responsáveis pelas diretrizes do processo.

No Brasil, a Anvisa livrou, no dia 16 de dezembro, a imunização de crianças com vacina da Pfizer. Mas, apenas no dia 13 de janeiro, o primeiro lote chegou ao país. No dia 15 de janeiro, o processo foi iniciado no Estado cearense.

+ SAIBA MAIS

Documento da AGU revela que 3.095 crianças no Ceará, entre 0 e 11 anos, receberam vacina errada contra Covid-19, diz Agência Brasil