Os pré candidatos a nome presidenciável em 202, pelo PSDB, participaram de um debate, nesta terça-feira (19), realizado pelo jornais O Globo e Valor Econômico. Participaram os Governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; de São Paulo, João Dória e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio.
Em um dos momentos do debate, Leite foi questionado se voltaria a tentar um cargo no Executivo do RS, caso não fosse eleito como nome da sigla. Por sua vez, o governador afirmou que propôs o fim da reeleição e que, esse seu posicionamento, o fez ter uma melhor relação com a Assembleia de seu estado. O político já havia afirmado em outras ocasiões que não tentaria se reeleger e confirmou esse desejo.
“O nosso modelo político é um ambiente de pouca colaboração se o eventual candidato é o governante ao cargo. Não ser candidato a reeleição criou um ambiente de maior colaboração com a Assembleia Legislativa”; afirmou Leite, que disse que enfrentou temas sensíveis com o assembleia.
Questionado pelo ex prefeito de Manaus sobre seu apoio ao presidente Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018, Eduardo Leite afirmou que foi um erro. Na [época, o governador de São Paulo também teve o total apoio de Bolsonaro, criando a chapa “BolsoDória”. Contudo, após eleito, ambos governadores romperam com o presidente e se posicionam, hoje, como opositores. Leite justificou o seu voto da época, mas adiantou , em tom afirmativo, que , em 2022, não apoiará Bolsonaro.
“É importante discutir ideologia, gestão, mas o povo não come gestão, e ideologia não bota comida na mesa e vai resolver problemas reais da população. É muito fácil pra nós que temos a vida resolvida ficar discutindo a democracia e ignorar que milhões de pessoas deixam de comer. Não estou defendendo que se ignore o debate sobre a democracia. Tive que escolher entre um plebiscito. Ninguém duvida do meu voto em Alckmin, mas no segundo turno tivemos que escolher entre dois caminhos. Eu apostava que no caminho do Bolsonaro as instituições freariam, como estão freando, embora os ataques aconteçam”, explicou.
Em sua declaração final, Eduardo Leite declarou não espera que todos pensem igualmente , mas que acredita no poder do diálogo para uma conciliação do que for melhor para todos. Além disso, Ele destaca que um governante não deve pensar somente em questões econômica distantes da população, mas sim naquela que coloca alimento na mesa.
“É claro que a gente tem estilos diferentes, formas diferentes de fazer política, mas a gente tem algo que nos une que é muito maior, que é o sentimento que o país precisa sair desta insensatez, dessa tentativa de destruir uns aos outros. Não estou dizendo que a gente vai fazer uma união, que todo mundo vai pensar igual, não é isso, não tenho essa ilusão, não sou ingênuo, mas eu tenho certeza que dá pra fazer política buscando conciliação, respeitando quem pensa diferente. É claro que a democracia é um valor inarredável, mas eu invoco aqui novamente, Mário Covas lá em 89 dizia: ‘Ou a gente combate a desigualdade e gera crescimento econômico e distribuição de renda junto ou nós vamos ver os fantasmas que assombram a democracia a todo tempo nos assombrando’. Então, a ecomonia é importante, mas não somente a economia de um crescimento econômico distante, mas aquela que vai colocar comida na mesa das pessoas, que vai ter a inflação sobre controle e que vai novamente oferecer perspectiva de futuro onde metade dos jovens brasileiros se pudessem iriam embora do Brasil. Então, de fato, depois a gente vê escândalos de corrupção, onde roubaram muito do dinheiro público. Hoje, além de continuarmos vendo escândalos, a gente vê roubarem nosso futuro como falou o Arthur [Virgílio]. Eu não aceito que roubem o nosso futuro. Eu tô aqui sim com a experiência que tenho, mas representando em alguma medida uma nova geração que não quer desistir desse país, quer fazer com que ele dê certo, pra que deixe de ser o país do futuro para ser o país de realidade, de verdade, um país que se coloque no centro do mundo com toda a sua potência, uma potência agroambiental, uma potência com mais igualdade pra todos.”
As prévias do PSDB acontecem em 21 de novembro. Caso nenhum candidato tenha a maioria absoluta dos votos, haverá segundo turno em 28 de novembro