O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) mudou de idéia e admitiu que, em 2018, poderá disputar a Presidência mesmo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja candidato. O pedetista, que esteve à frente do Ministério da Integração Nacional no governo Lula, havia dito na semana passada que não “tinha vontade” de se lançar ao cargo caso o petista também entrasse no páreo.

Sobre os possíveis adversários, Ciro elegeu o tucano João Dória, prefeito de São Paulo e nome citado no PSDB como pré-candidato, e o classificou como farsante e um candidato fácil de ser derrotado. ‘’Derrotá-lo numa disputa nacional é moleza; daria uma surra nele’’, avisa Ciro que  cumpre agenda de presidenciável dentro e fora do Brasil.

Ciro participou, na noite de sábado, da BrazUSC, a maior conferência de estudantes fora do Brasil, na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Após o evento, em conversa com jornalistas, Ciro, que exerceu o mandato de governador do Ceará (1991-1994), afirmou que sua candidatura só depende do partido.

‘’Quem decide a minha candidatura sou eu, e só dependo de uma circunstância: o PDT confirmar meu pleito. Quando digo que não gostaria de ser candidato se o Lula também for, não é uma homenagem propriamente a ele, embora acredite que PT e PDT possam seguir juntos, apesar de nossas diferenças. Mas, se ele for candidato, passionaliza e polariza de tal forma o ambiente que os eleitores terão dificuldade de encontrar meu discurso, centrado em temas que considero sérios, distantes da polarização simplória que ele representa’’, observou Ciro.

Segundo reportagem do Jornal O Globo, edição desta segunda-feira, Ciro afirmou ainda que seus dois adversários mais fortes à sucessão presidencial são, hoje, Lula e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Ele destacou que não aposta em uma candidatura do prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB). E se mostrou simpático a uma eventual chapa com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), mas disse que o “PT deve seguir com sua postura de lançar um candidato majoritário” e que não será “vice de ninguém”:

‘’Estou comovidamente pensando que esta será minha última eleição presidencial e, ganhando ou perdendo, quero deixar um projeto de governo como meu legado. Dória é um farsante que se apresenta como não político, mas já lá no governo (do então presidente) José Sarney (PMDB) era presidente da Embratur, e recebeu várias benesses, com o passar dos anos, dos governos do PSDB. Derrotá-lo numa disputa nacional é moleza; daria uma surra nele. Já o Alckmin, mesmo com o (deputado federal) Jair Bolsonaro (PSC) tirando muitos votos dos tucanos, é muito mais complicado. Ele sai com o apoio de 50% de São Paulo, quase 15% do Brasil.