O Governador Elmano de Freitas ganha destaque no noticiário nacional, neste domingo (9), com uma entrevista ao Jornal O Globo em que fala sobre as ações de enfrentamento à criminalidade, dos desdobramentos da crise política que provocou o racha da aliança entre PT e PDT e do fim do diálogo com o ex-presidenciável Ciro Gomes, a quem acusa de adotar uma ‘’política absolutamente atabalhoada, descabida e marcada por muito ódio’’.

Ao ser questionado se, com Ciro Gomes, não tem mais porta aberta para o diálogo, Elmano é direto: ‘’Não posso sentar à mesa com alguém que faz uma acusação genérica de que meu governo tem corrupção e, quando peço judicialmente para apresentar um fato, a pessoa se esconde. Apenas porque quer fazer denúncia barata, como também já fez em relação ao presidente Lula. Um requisito básico é ter respeito’’, afirma o petista.

CIRO COM ÓDIO NO CORAÇÃO

Para Elmano de Freitas, a derrota do PDT nas eleições de 2022, inclusive, na cidade de Sobral, gerou no coração do Ciro uma situação em que não consegue colaborar com nada. ‘’O povo já deu a resposta nas urnas a uma linha política absolutamente atabalhoada, descabida e marcada por muito ódio’’, expôs Elmano, ao traçar o perfil do ex-presidenciável no contexto político estadual.

Quanto à convivência com o irmão de Ciro, senador Cid Gomes, Elmano o enaltece pelo projeto administrativo iniciado em 2007, com muitas políticas públicas que tiveram continuidade na atual gestão e, também, no Governo Camilo Santana.

‘’Fui candidato para continuar o projeto que o Cid começou: escola de tempo integral, interiorização da saúde pública, ações concretas de emprego e renda. Estamos num processo de continuidade das políticas públicas, o que é uma das grandes conquistas do Ceará’’, comenta Elmano, ao lembrar que o Estado brasileiro tem a meta de alfabetizar 80% das crianças em 2030, enquanto, no Ceará, esse índice foi alcançado em 2023, chegando, atualmente, em 85%.

O Governador Elmano de Freitas fala, ainda, sobre a renovação nos quadros do PT e, quando perguntado se, no futuro, sem Lula, os governadores do Nordeste poderão ganhar protagonismo na agenda nacional do partido, afirma que essa mudança não é pela definição de gabinete, nem de discurso, mas, sim, pela atividade política real.

‘’Protagonismo se decide na atividade política real, não é uma definição de gabinete ou de discursos. Eu acho, isso, sim, que temos de ter uma atenção à renovação de quadros no partido. Aqui no Ceará estamos vivenciando isso, dando o passo para novas lideranças se afirmarem, além de discutir uma atualização programática em áreas como a segurança’’, observa Elmano, em um dos entrechos da entrevista ao Jornal O Globo.

AÇÕES DE ENFRENTAMENTO À CRIMINALIDADE

Poucos dias após empossar o novo secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, o Governador Elmano de Freitas afirma, na entrevista ao Jornal O Globo, que, nessa fase de combate à criminalidade, haverá uma presença mais forte da polícia na rua para enfrentar a sensação de insegurança e, nessa área, o secretário tem essa experiência.

Ao ser perguntado se Roberto Sá, que foi secretário de Segurança no Rio de Janeiro e não conseguiu debelar o avanço da criminalidade naquele Estado, terá êxito no Ceará, Elmano avalia que são duas situações distintas.

‘’Ele é também delegado da Polícia Federal, e sua escolha passou por uma conversa minha com o diretor-geral Andrei (Rodrigues, da PF), dentro dessa ideia de integração. No Rio, quando ele foi secretário, havia calamidade financeira, salários não pagos, falta de viatura. O Ceará tem uma realidade diferente hoje, com investimento em tecnologia e contratação de profissionais de segurança’’, afirma o governador cearense.

ESQUERDA PRECISA MUDAR O DISCURSO

Elmano disse, também,, ao falar sobre a área da segurança pública, que a esquerda tem que atualizar o discurso e propor uma ação muito dura contra o crime. Segundo ele, é preciso defender claramente que as organizações criminosas são inimigas do povo no seu dia a dia, e que querem abalar nossas instituições. ‘’Precisamos de um projeto com oportunidades para a população, mas, se a pessoa resolver ir para o mundo do crime, vamos tratá-la como inimiga do povo e da democracia’’, observa.

De acordo com Elmano de Freitas, no conflito de ideias nesse campo, há diferença em relação ao que pensam os líderes políticos da extrema-direita: ‘’A diferença que nós temos com a extrema-direita é que eles defendem uma política de segurança sem lei, em que pode tudo: torturar, matar, descer a um nível que o Estado civilizado não pode permitir’’, critica Elmano de Freitas.