A aparente tranquilidade para montar o primeiro escalão do governo se transformou em dor de cabeça e pesadelo para o Governador eleito Elmano de Freitas (PT). Elmano desenhou o secretariado sem contar, inicialmente, com a possiblidade de entrada do PDT em sua administração após o racha da aliança com o PT.

Poucos dias após a derrota que deixou Roberto Cláudio como terceiro colocado na disputa ao Palácio da Abolição, a cúpula do PDT, que estaria dividida, se reunificou para dizer a Elmano que a bancada de 13 deputados estaduais o apoiaria desde que o partido estivesse bem contemplado na equipe de secretários.

As primeiras conversas com o PDT surpreenderam Elmano e o senador eleito e futuro ministro da Educação, Camilo Santana. Elmano e Camilo ouviram pedidos do PDT que estão além do tamanho da bancada da sigla na Assembleia Legislativa.

A interpretação nos bastidores políticos é de que a volúpia do PDT pode ser entendida em duas vertentes: uma, que o partido percebeu que perdeu o poder, mas não quer largar o osso; e, outra, que o PDT fala grosso porque tem a convicção de que Elmano irá ceder.

Derrotado nas urnas, um deputado não reeleito, mas que circula bem nos corredores do Palácio da Abolição, concorda com a leitura acima: “querem muito e acham que o Elmano não aguenta pressão. Alguns pedetistas se acham ainda muito poderosos”, observa esse parlamentar que acrescenta: “a turma graúda do PDT tem plena convicção de que ganha a queda de braço”.

Além da queda de braço para emplacar quatro secretários na equipe de Elmano, a cúpula do PDT quer desalojar Evandro Leitão da Presidência da Assembleia Legislativa. E, nesse jogo, os irmãos Cid e Ciro estão unidos!