A corrida pela Presidência da República é cheia de incertezas, mas, diante do bombardeio da Operação Lava Jato que deixa muitos pretendentes ao Palácio do Planalto, atingidos – em alguns casos, feridos com ameaça de óbito eleitoral, o campo atual é fértil para especulações e desenhos de cenários, com a presença de nomes novos na sucessão de Michel Temer.
Uma leitura da jornalista Eliane Cantenhede, na edição desta terça-feira do Jornal O Estado de São Paulo, mostra que, em 2018, a novidade pode surgir com o sepultamento de velhas raposas da política nacional. A jornalista traça um cenário, em tom de interrogação, e constrói um possível conflito entre o atual prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), e o seu antecessor Fernando Haddad (PT). Haddad perdeu a eleição no primeiro turno para Doria.
Doria já é citado como a opção do PSDB ao Palácio do Planalto uma vez que os três caciques da sigla com potencial de votos e nomes testados em eleições nacionais – como José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckimin, estão abalados com as denúncias de caixa 2. Serra e Aécio são os mais afetados, enquanto Geraldo ainda tem esperanças de recuperação. Dentro do ninho, porém, o sentimento de renovação cresce em direção a Doria.
No PT, o ex-presidente Lula acompanha as pesquisas que o colocam em primeiro lugar e, se escapara da condenação, estará no segundo turno da eleição de 2018. O PT joga, contudo, com um plano B, que se chama Fernando Haddad. A análise jornalista Eliane Cantenhede começa na França, ao dizer que ‘’ O primeiro turno na França confirma que o profundo desgaste dos partidos e dos políticos tradicionais não é uma exclusividade brasileira e atiça um movimento que hoje parece inacreditável, mas pode surpreender em 2018: a reprodução em nível nacional da disputa entre João Doria, do PSDB, e Fernando Haddad, do PT, mas com um equilíbrio bem diferente do registrado na capital paulista’’.
A leitura da jornalista do Jornal O Estado de São Paulo destaca que ‘’A melhor aposta tucana ainda é Geraldo Alckmin, que tenta sobreviver à Lava Jato, que atingiu em cheio Aécio e Serra. Ele está ferido, mas não está morto e seu quadro clínico depende da evolução das delações e provas. Se sucumbir, Doria é um plano B caminhando para virar o plano A’’.
Quanto ao PT, Elliane destaca: ‘’Do lado petista, é Lula ou Lula? Ele é o único nas esquerdas, desponta na dianteira das pesquisas, com 30%, e seus seguidores, que continuam mudos, cegos e surdos a indícios, delações e provas, vão com ele para qualquer sacrifício. Isso, porém, não é suficiente para evitar uma condenação que inviabilize a candidatura e o PT pode precisar desesperadamente de uma alternativa. Haddad é uma delas’’. A íntegra do artigo de Eliane Cantenhede está em www.estadao.com.br.