Candidatos à Presidência da República, Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB) criticaram, na noite dessa quinta-feira, 20, em debate promovido pela TV Aparecida, a proposta de Paulo Guedes, guru econômico de Jair Bolsonaro (PSL), de recriar um imposto nos moldes da CPMF. Também foi criticada a afirmação do vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, sobre a criação de filhos por mães e avós.
A discussão foi feita sem a presença de Bolsonaro, uma vez que o candidato do PSL permanece internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, depois de ter sido vítima de um ataque a faca em Juiz do Fora (MG), no início deste mês. Para Meirelles e Marina, a criação do imposto afetaria os mais pobres e o funcionamento efetivo da economia. “Não é necessário criar mais tributos. Até porque ela foi usada de forma pervertida”, disse a candidata da Rede ao ser questionada sobre o assunto pelo emedebista. Meirelles concordou. “É muito importante deixar claro isso. São impostos que prejudicam os mais pobres”, afirmou.
Ele disse que, quando foi ministro, enfrentou uma “situação fiscal gravíssima”, mas conseguiu bater de frente “pelo lado do corte de despesas”. O Jornal Folha de São Paulo informou que, na terça-feira, 18, o economista Paulo Guedes, que comandaria o Ministério da Fazenda em um governo com Bolsonaro presidente, anunciou a uma plateia restrita o interesse em recriar o pacote tributário.
A proposta inclui ainda a criação de uma alíquota única do Imposto de Renda de 20% para pessoas físicas e jurídicas. A intenção seria aplicar a mesma taxa na tributação da distribuição de lucros e dividendos. Na noite de quarta-feira, 19, Bolsonaro negou, por meio de sua conta no Twitter, que a intenção fosse verdadeira. “Ignorem essas notícias mal intencionadas dizendo que pretendermos recriar a CPMF. Não procede. Querem criar pânico pois estão em pânico com nossa chance de vitória”, escreveu o candidato.
Entre a divulgação da informação da criação do novo imposto e o posicionamento de Bolsonaro, o candidato ligou para o economista e pediu explicações sobre a proposta, segundo o presidente do PSL-SP, Major Olimpio. Guedes explicou a Bolsonaro, segundo o major, que jamais teve a intenção de recriar a CPMF, mas sim a adoção de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) em uma simplificação tributária a ser implementada pelo novo governo e que não iria aumentar a carga tributária.
Marina Silva disse durante o debate que olhou a “confusão” entre Bolsonaro e Guedes. “[Bolsnaro] diz que [Guedes] é seu posto Ipiranga. Tem um incêndio no Posto Ipiranga. É difícil querer ser presidente com um Posto Ipiranga. Tem que saber o que fazer”, afirmou.
Ainda durante o encontro desta noite, Marina criticou a “visão de país” de Bolsonaro ao relembrar que o candidato a vice na chapa do presidenciável, general Hamilton Mourão, afirmou, nesta semana, que casa só com mãe e avó se transforma em “fábrica de desajustados” para tráfico. “É a sua [de Bolsonaro] visão de país. Para os que podem, para os que têm. Essa visão de política e de país tem que ser combatida”, disse.
Com informações do Portal Uol Notícias