O Palácio do Planalto mantém a estratégia com muita munição para atrair votos dos parlamentares na apreciação da reforma previdenciária no mês de fevereiro. O presidente Michel Temer reforçará a munição do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB), com até R$ 10 bilhões para a finalização de obras em redutos eleitorais de quem votar pelas novas regras para concessão de aposentadorias e pensões.

Os articuladores políticos do Governo Federal avaliam que a estratégia é para pressionar o Congresso na volta do recesso. O dinheiro sairá da própria economia gerada em 2018 com a eventual aprovação das novas regras da Previdência. De acordo com o governo, cálculos da equipe econômica indicam que os gastos com benefícios que deixarão de ser feitos imediatamente após a reforma vão gerar uma sobra de R$ 10 bilhões no caixa se a mudança ocorrer ainda em fevereiro.

O Governo avalia que, quanto mais a reforma demorar a passar, menor será essa economia gerada. Em março, ela cai para cerca de R$ 7 bilhões. Em abril, R$ 4 bilhões. Desde meados do ano passado, o governo vinha sinalizando com a liberação de recursos do Orçamento para obras em troca de votos pela a reforma. Mas as promessas sucumbiram diante da queda de receitas em 2017. Desta vez, a proposta é destinar os recursos da reforma às obras, um dinheiro “carimbado”.

A liberação de recursos para as bases eleitorais é um caminho que os deputados federais encontram para se apoiarem a reforma previdenciária, converterem, com as obras viabilizadas com recursos da União, o desgaste com o apoio a um projeto considerado impopular. As mudanças na previdência social são defendidas pelo Governo Federal como inadiáveis para dar mais estabilidade aos cofres do INSS.Terão prioridade os projetos em andamento que necessitam de pouco.

Com informações da Folha de São Paulo