Candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes afirmou neste sábado, 6, em Fortaleza, acreditar que estará no segundo turno das eleições. O pedetista também negou ter mágoa do PT. Com 10% a 12% das intenções de voto, segundo as últimas pesquisas, ele aparece atrás de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). O primeiro turno será realizado neste domingo, 7, em todo o Brasil.
“Eu vou chegar ao segundo turno e vou unir a família brasileira. Vou fazer diferente, como estou fazendo esta campanha. Não vou fazer entendimento politiqueiro, não vou lotear o governo, não vou lotear ministério e vou fundar um novo caminho para o Brasil”, declarou. “Se eu chegar, como vou chegar ao segundo turno, é porque o povo brasileiro, que é o meu patrão, me deu essa chance”.
O pedetista também negou estar magoado com o PT. “Mágoa? [Não tem esse] Negócio de mágoa não”, falou ao ser questionado sobre o assunto. Antes do período eleitoral, Ciro tentou articular uma aliança com o PT e, de acordo com o próprio, chegou a ser convidado como vice de Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, as negociações não foram para frente em nível nacional, e o PT acabou isolando o PDT. O PSB, por exemplo, avaliou ficar com Ciro, mas, diante de articulações de Lula, se declarou “neutro”.
’48 horas para desarmar bomba’
Segundo Ciro, a população ainda tem “48 horas para, com a bênção de Deus, achar o equilíbrio, desarmar essa bomba e permitir que o Brasil se proteja deste salto no abismo do fascismo produzido por um antipetismo que não entendeu nada daquilo que é a necessidade do país atualmente”. Indagado sobre qual a tática para tentar segurar o crescimento de Bolsonaro, Ciro disse que é mostrar o “despreparo” e a “desumanidade” dele.
“Ele representa a segregação, a violência, tudo de atrasado que no passado deu no flagelo nazifascista que matou mais de 5 milhões de pessoas no mundo”, disse o pedetista, ao ressaltar que o voto não é uma ferramenta de ódio, mas de construção. Para Ciro, a mensagem de união de sua campanha foi transmitida ao povo brasileiro. Seu foco, disse, será para diminuir as desigualdades sociais nas periferias de maneira geral e no Nordeste.
Carreata e apoios
Da carreata de Ciro, neste sábado, participaram o governador do Ceará e candidato à reeleição, Camilo Santana (PT), e a vice dele, Izolda Cela (PDT) – além deles, havia postulantes à Câmara dos Deputados e ao Senado, como o irmão de Ciro, Cid Gomes (PDT). Camilo apoia a candidatura de Haddad, de Cid e também o atual presidente da Câmara dos Deputados, Eunício Oliveira (MDB), a se reeleger.
Embora o PDT esteja coligado ao PT em outros estados nordestinos, como a Bahia e o Piauí, Ciro não conta com o apoio integral dos governadores petistas, que lideram as intenções de voto e devem se eleger no primeiro turno. Eles fazem campanha para Haddad a despeito dos pedidos dos diretórios regionais do PDT. Ciro e os demais candidatos chegaram pela manhã à avenida Carlos Jereissati, uma das principais vias de Fortaleza, próximo ao aeroporto, com mais de uma hora e meia de atraso do horário marcado para o início da carreata. No entanto, os militantes não se abateram.
Na chegada dos irmãos Gomes, os apoiadores soltaram fogos de artifício e ocuparam todas as faixas da pista, sob protesto de alguns motoristas. A carreata passou pelos bairros Dias Macedo, Castelão, Passaré, José Walter, Mondubim e Bonsucesso, todos na periferia. Nas ruas, grande parte da população empunhava bandeiras a favor de Ciro. Porém, houve quem gritasse apoio a Bolsonaro. Quando um homem gritou “dia 7 é 17”, um apoiador de Ciro fez um gesto de coração com as mãos e pediu “mais amor”.
Antes de os políticos chegarem ao encontro, militantes de Camilo Santana alugaram um minitrio para dançar ao som dos jingles e fazer propaganda do governador ao estilo do grupo “carreta furacão”. Além de vestirem camisetas vermelhas e placas com o nome dele e seu número, alguns usavam perucas coloridas. Por volta de 13h40, Ciro deixou a carreata com fim previsto para acontecer em Pirambu. À tarde, ele viaja junto com Cid para Sobral, cujo prefeito é o irmão dos dois, Ivo. A cidade é a terra natal da família Ferreira Gomes e onde Ciro começou a construir a carreira política. No domingo, Ciro vota em Fortaleza pela manhã e acompanha a apuração dos votos com aliados na capital cearense ao decorrer do dia.
Com informações do Portal Uol Notícias