O domingo de transtornos para o PSDB com as falhas no Aplicativo usado para votação dos militantes na escolha do candidato do partido ao Palácio do Planalto foi de baixa, também, na bancada da sigla na Câmara Federal. Após troca de farpas e discussões com o presidente do PSDB do Acre, Manoel Pedro de Souza Gomes, a deputada federal Mara Rocha (AC) anunciou o seu desligamento do ninho tucano e filiação ao PL, futura sigla do presidente Jair Bolsonaro. A discussão aconteceu na fila de votação no Centro de Convenções Ulysses Guimarães em Brasília.
Mara Rocha expôs indignação após insinuações de que seria bolsonarista: “Não admito que um presidente (do PSDB do Acre), que estava pedindo voto para outro candidato, um falso tucano, venha dizer que sou bolsonarista para me intimidar. Sou Bolsonaro mesmo, vou para o PL”, disparou Mara.

A manifestação pública de Mara, que se converte em baixa na bancada tucana, é isolada, mas outros parlamentares da sigla têm uma forte inclinação pela candidatura à reeleição do presidente Bolsonaro. Apesar do comando da legenda definir que o partido é de oposição, a maior parte da bancada na Câmara ainda dá apoio aos projetos do Palácio do Planalto.

O episódio envolvendo a deputada Mara Rocha foi o ápice da crise interna que vive o PSDB em meio às prévias para escolha do candidato do partido ao Palácio do Planalto. Apesar do apoio ao presidente Bolsonaro, a deputada disse que votou em Eduardo Leite para ganhar as prévias. “Votei no Leite para que a gente possa jogar a arrogância, acordos espúrios no lixo”, disse, em declaração publicada pelo Jornal Correio Braziliense.

Segundo Mara Rocha, o dirigente estadual do Acre abandonou a candidatura tucana à Prefeitura de Rio Branco (AC) em 2020. No ano passado, o PSDB concorreu com Minoru Kimpara, mas, de acordo com Mara, o presidente estadual apoiou a candidata Socorro Neri (PSD). “Estou saindo do PSDB porque nosso partido vendeu a nossa candidatura no Acre para eleição para prefeito”.
Segundo, ainda, a deputada o governador do Acre, Gladson Camelli (PP), foi para São Paulo, falou com o governador João Doria e “vendeu” a candidatura do partido para apoiar o PSB. No pleito do ano passado, o Progressistas também tinha candidatura, que foi a de Tião Bocalon, hoje prefeito.