Escuta, investigação, tecnologia e diálogo com forças e órgãos aliados. Com esse trabalho, a 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) localizou 498 vítimas de desaparecimento em Fortaleza. O dado foi divulgado em alusão ao Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas, celebrado nesta quarta-feira (30), e corresponde ao período entre janeiro e julho de 2023.
Considerando todos os desfechos das investigações realizadas pela unidade especializada da Polícia Civil, as localizações de vítimas com vida corresponde a 81% do total de ações no período. Foram 472 pessoas encontradas vivas, contra 26 casos com óbitos.
Para o delegado Luís Rodrigues, titular da 12ª DHPP da PC-CE, o resultado mostra o empenho da delegacia em dar uma resposta aos familiares que buscam seus parentes. Ele, no entanto, reforça o papel da família para dar celeridade à investigação. “O registro de desaparecimento deve ser imediato. Não se espera 24 horas para fazer o Boletim de Ocorrência. Cada minuto é importante. Nós temos vários perfis de pessoas desaparecidas, então, quanto mais rápido a Polícia Civil tiver ciência e quanto mais informações os familiares tiverem sobre essa pessoa, mais rápido podemos dar algum tipo de resposta para essa família”, comenta.
Possíveis endereços, pessoas com quem o desaparecido mantinha algum tipo de contato, roupas utilizadas quando foi visto pela última vez, entre outras informações devem ser repassadas ao registrar o Boletim de Ocorrência (BO). Os detalhes auxiliam a investigação, que ainda conta com importantes aliados. “A 12ª DHPP se vale de estratégias para localizar esses desaparecidos, que vão desde a consulta aos nossos próprios bancos de dados e sistemas de órgãos parceiros, como o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG), utilizado pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), além da Polícia Militar do Ceará (PMCE), Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), guardas municipais, entre outros. É um trabalho conjunto que envolve órgãos públicos e até a iniciativa privada, com os telões espalhados pela cidade. É um trabalho complexo e com várias frentes”, detalha o delegado Luís Rodrigues, titular da 12ª DHPP.
Desaparecidos em Evidência
Os telões mencionados pelo delegado Luís Rodrigues se referem à campanha “Desaparecidos em Evidência”, pré-selecionada para concorrer ao Prêmio Innovare. O projeto consiste na parceria que a delegacia celebrou com empresas de marketing digital @bigdoohce e @grupo.urbmidia para a ampliação da difusão dos banners, contendo as fotos de pessoas desaparecidas, em toda a cidade. A parceria tem trazido muitos resultados positivos para o enfrentamento ao desaparecimento de pessoas no Ceará.
Canais de comunicação
A 12ª Delegacia do DHPP registra os casos de pessoas desaparecidas em Fortaleza e atualiza os perfis oficiais e verificados mantidos no Facebook e Instagram. Por lá, os policiais civis da delegacia atualizam periodicamente os casos investigados pela unidade, com foto e informações sobre a última vez em que a vítima foi vista por parentes e amigos. A população também pode colaborar com o trabalho policial para o número (85) 3257-4807, o WhatsApp do DHPP, por onde podem ser enviadas fotos, áudios e vídeos.
Desaparecidos, uma ausência presente
Em alusão ao Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas, a SSPDS, por meio da PC-CE e Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), com a Secretaria do Esporte, Ministério Público do Ceará e Defensoria Pública do Estado do Ceará, apresentam a campanha “Desaparecidos, uma ausência presente”. Como parte da iniciativa, foi lançada uma cartilha, disponível de forma gratuita na internet.