Na rápida viagem de dois dias a Nova York, para sua última participação como presidente do Brasil nas Nações Unidas (ONU), Michel Temer abriu espaço em sua agenda para compromissos não só focados na política, mas também na economia. “Tive um dia agitado, mas construtivo, produtivo”, definiu, hoje (25) à tarde.

Temer procurou atrair os investidores americanos, mostrando que, apesar da incerteza do cenário eleitoral, as reformas realizadas pelo seu governo, como teto dos gastos públicos e modernização trabalhista, já estão gerando melhorias. Ele também revelou que votar a reforma da Previdência é uma meta nestes meses finais.

“Eu dei esta mensagem para incentivar os empresários americanos a investir. Não se preocupem porque quem chegar terá de continuar”, explicou.

Na segunda-feira (24), Temer recusou o convite para um jantar que contaria com a presença do presidente norte-americano Donald Trump. O tom do discurso do presidente brasileiro na ONU, que condenou o unilaterismo, a intolerância e o isolacionismo, se opõe ao que tem defendido a política externa de Trump.  A assessoria de imprensa do presidente Temer não informou o motivo da recusa.

O presidente Temer deu uma entrevista exclusiva à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) logo após o discurso nas Nações Unidas. Ele comentou ter sido elogiado por seu discurso e disse acreditar que atualmente alguns países tem escolhido o viés isolacionista, em detrimento do caminho do diálogo e da diplomacia.

“Eu percebi, pelos cumprimentos que recebi, que o tom do meu discurso agradou. Acabei tocando em temas que afligem a toda a humanidade”, comentou.

Após sua participação na abertura da Assembleia Geral da ONU, Temer reuniu-se com o presidente da Colômbia, Ivan Duque. No encontro bilateral, os dois líderes conversaram sobre a relação comercial e o fluxo migratório na América do Sul, com enfoque na crise humanitária na Venezuela. Temer comentou sobre os esforços do Brasil para acolher imigrantes.

Por último, antes de voar de volta para o Brasil (às 3h no horário de Brasília), o presidente brasileiro se reuniu com seus colegas da Argentina, Mauricio Macri, Paraguai, Tabare Vázquez e Uruguai, Mario Benitez. Foi um rápido encontro do Mercosul.