O embarque de passageiros nos coletivos de Fortaleza ainda divide opiniões entre os usuários do transporte. A entrada, antes realizada pela traseira do veículo, passou a ser feita pela porta da frente há seis meses. Há ainda uma confusão de informações entre os passageiros, pois muitos acreditam que idosos e pessoas com preferência serão obrigados a passar pela catraca e descer por trás. A Empresa de Transporte de Fortaleza (Etufor) garante, contudo, que a passagem não é obrigatória para o público preferencial.

Com a medida, que começou em julho do ano passado, 806 veículos de 127 linhas foram alterados, o que representa 35,2% dos 2.289 veículos da frota cadastrada. Até o fim do primeiro semestre deste ano, a frota toda será adaptada. Segundo o chefe da Divisão de Planejamento da Etufor, Miguel Guimarães, a medida decorre do fato de Fortaleza ser a única capital com a catraca na parte traseira dos ônibus. Miguel garante que a Etufor está trabalhando para agilizar a alteração.

Ainda de acordo com o chefe da Divisão de Planejamento da Etufor, a segurança estrutural dos veículos foi a motivação para a transferência da catraca para a dianteira e do desembarque para a traseira. Guimarães explica que o eixo traseiro do ônibus, por possuir quatro rodas, suporta mais peso que a parte da frente. Segundo ele, as pessoas, antes, entravam por trás e ficavam todas na frente e muitos ficavam em cima do motorista, atrapalhando sua visão. Ele ainda que os micro-ônibus já funcionavam com esse padrão e acredita que as pessoas devam se acostumar com a mudança ao longo do tempo.

Enquanto a alteração é ampliada, alguns usuários sentem-se confusos com a mudança e reclamam da falta de informação. É o caso da revendedora Hilda Pereira, 33, que diz que nunca sabe se é para entrar pela porta da frente ou não. Ela ainda acha errado obrigar os idosos a passarem a catraca. Orlandete Ferreira, 28, mãe de uma menina de um ano e oito meses, relata que nem todos os motoristas permitem a descida dela com a filha pela Mãe de uma menina de um ano e oito meses, Orlandete Ferreira, 28, relata que nem todos os motoristas permitem a descida dela com a filha pela porta dianteira.

Segurança

Há outros, por outro lado, que afirmam que nunca tiveram problema para subir e descer pela dianteira dos ônibus adaptados ao novo padrão. O aposentado Júlio Siqueira, 66, diz, por exemplo, que antes ficava muito tumulto na frente e com a mudança não tem mais. Para quem trabalha nos coletivos a situação parece ter melhorado, pelo menos é o que garante o trocador Zilvan Barros, 52, que revela está se sentindo mais seguro durante o trabalho por estar mais próximo ao motorista. Além disso, o cobrador garante que a passagem pela catraca é opcional para idosos. Há também pessoas que acham que a mudança trouxe mudanças positivas, mas outras negativas também. A recepcionista Nilma Leandro, 49, por exemplo, teme que a alteração dificulte a visibilidade do motorista durante o desembarque dos passageiros.

Orientação

Sobre o embarque e o desembarque de idosos, gestantes, pessoas com deficiência e pessoas com crianças de colo, Miguel Guimarães explica que a passagem pela catraca não é obrigatória e o público preferencial pode permanecer na parte da frente do ônibus até o momento do desembarque. Segundo ele, o motorista, de maneira nenhuma, pode obrigar a passar pela catraca. Por isso, há cadeiras na parte da frente do ônibus para eles sentarem. Guimarães pontua, ainda, que motoristas e trocadores estão sendo capacitados para aperfeiçoar o atendimento aos usuários.

Com informações do Diário do Nordeste