Executivos da empresa CCR, que tem concessões de rodovias em São Paulo, admitiram ter pago caixa dois para campanha de políticos do estado, como dos ex-governadores José Serra e Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-ministro Gilberto Kassab (PSD) e a ex-senadora Marta Suplicy, quando estava no PT.
A reportagem da GloboNews teve acesso a outros cinco nomes de políticos citados por executivos e ex-executivos da CCR durante a negociação do acordo assinado nessa quinta-feira, 29, com o Ministério Público do Estado de São Paulo: Aloizio Mercadante, Luiz Marinho, Emídio de Souza e Antonio Mentor, todos do PT, e Edson Aparecido, do PSDB, ex-secretário da Casa Civil do governo Alckmin e atual secretário de Saúde da Prefeitura de São Paulo na gestão Bruno Covas.
Os políticos negam recebimento de recursos ilícitos.
A investigação em São Paulo começou após a delação premiada do operador Adir Assad à Lava Jato. Os promotores paulistas tiveram acesso à delação e interrogaram Assad, que deu detalhes de como se aproximou do grupo CCR, que administra rodovias importantes no estado.
Assad contou que se reuniu na sede da CCR com Renato Valle, presidente do grupo na época, e que apresentou um projeto de patrocínio das empresas dele de stock car para que a CCR fizesse publicidade.
Assad ressaltou que todos os contratos firmados entre as empresas dele e a CCR ocultavam o esquema de devolução de 80% dos valores correspondentes. Os promotores de São Paulo passaram a investigar os executivos da companhia.
O Ministério Público descobriu que cerca de R$ 44 milhões em valores atuais, que voltaram para a CCR, foram usados para financiar campanhas eleitorais de políticos paulistas via caixa dois. Como a CCR é uma concessionária de serviço público, não poderia fazer doação a campanhas eleitorais de forma lícita.
Com informações do G1