Mais de 50 mil escaneamentos de cargas foram realizados, no ano passado, pelo escâner instalado no pátio de armazenagem do terminal portuário do Pecém, localizado no litoral oeste do Ceará. Com os 54.462 movimentos registrados em 2020, atingiu se a marca média de 4.538 escaneamentos/mês ou 149 escaneamentos/dia.

O escâner do Porto do Pecém funciona desde 2013 e é utilizado em 100% dos contêineres importados e exportados através das três rotas de longo curso que operam no terminal cearense. A operação de escaneamento é feita sob exclusivo monitoramento da Receita Federal do Brasil, inclusive em contêineres vazios. Hoje o equipamento permite até 60 inspeções por hora.

Escaneamentos realizados no Porto do Pecém

2020: 54.462

Secos (Dry): 44.802

Refrigerados (Reefer): 9.660

2019: 42.037

Secos (Dry): 37.056

Refrigerados (Reefer): 4.981

“Nosso escâner é um equipamento vital para o pleno funcionamento do porto. Nos garante a segurança necessária para a movimentação de contêineres que embarcam e desembarcam aqui pelo Pecém. Além disso, possuímos câmeras de monitoramento em toda a área alfandegada. As imagens são armazenadas e monitoradas pela Receita Federal, que determina os respectivos encaminhamentos das cargas após análise completa. Importante ressaltar também que o Pecém mesmo sendo Autoridade Portuária não têm poderes para abrir contêineres e verificar seu conteúdo”, pontua Danilo Serpa, presidente do Complexo do Pecém (CIPP S/A).

A importância do equipamento é comprovada por autoridades como Receita Federal e Polícia Federal. Em agosto de 2019, por exemplo, aproximadamente 330 quilos de cocaína foram aprendidos em um contêiner que seria embarcado para a Europa. A detecção aconteceu após o escaneamento acompanhado pela Equipe de Vigilância e Repressão (EVR) da Receita Federal, com a suspeita da prática criminosa conhecida como rip-off loading, em que a droga é inserida em carga regular, sem o conhecimento do exportador.

Escaneamento de veículos suspeitos

O escâner utilizado no pátio de armazenagem do Porto do Pecém reforça também a fiscalização nas rodovias estaduais e federais que cortam o Complexo do Pecém. A PRE (Polícia Rodoviária Estadual) e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) dispõem do equipamento para verificar veículos suspeitos que trafegam pela região.

“Em março de 2019, a PRF interceptou uma caminhonete na BR-222 e em seguida trouxe o veículo para ser escaneado no Porto do Pecém. Após o escaneamento foi verificada a presença de material entorpecente no tanque de combustível do veículo aprendido. Na época, o motorista foi preso em flagrante por tráfico de drogas e encaminhado à sede da Polícia Federal, em Fortaleza. Em abril e novembro do ano passado, a PRF escoltou outros dois veículos para o escaneamento conosco, mas nas duas ocorrências não foi detectada a presença de entorpecentes”, lembra Nicolau dos Santos, gerente de Segurança Patrimonial do Complexo do Pecém (CIPP S/A).