O medo e a angústia cercam os pais de crianças de todo país. Nesta quarta-feira (12), o primeiro ataque a escolas do Ceará foi registrado: um estudante do 9º ano atacou duas meninas com uma machadinha no município de Farias Brito, no interior do Estado. De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura do Município, o caso aconteceu na Escola Municipal Isaac de Alcântara, localizada em um sítio na zona rural.

As vítimas, duas meninas de 9 anos, foram atingidas por uma arma branca. De acordo com informações da Prefeitura, uma das alunas teve uma lesão superficial na cabeça e a outra teve uma lesão profunda em uma região frontal, que foi levada para um hospital municipal em Barbalha. O estudante que praticou o ato foi apreendido pela Polícia. A Prefeitura destaca que está dando todo o apoio, com equipes de saúde e educação, está sendo oferecido às crianças e familiares.

A Secretaria da Segurança Pública do Ceará confirmou que o adolescente apreendido pela polícia é suspeito de ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio. Ele foi encaminhado para a Delegacia Regional do Crato. A prefeitura do município lamentou o ocorrido e disse se solidarizar com as famílias das vítimas. 

“A escola adotou imediatamente as medidas disciplinares cabíveis para o aluno agressor, e também está prestando assistência aos envolvidos, oferecendo acompanhamento psicológico e médico para as vítimas e para a família”, afirmou em nota.

Além disso, outro caso foi registrado no Ceará: uma faca foi encontrada com um estudante da Escola Brunilo Jacó, em Redenção. De acordo com nota da Escola Brunilo Jacó, o aluno que teve a arma branca apreendida não chegou a utilzá-la no estabelecimento de ensino.

+Veja a nota divulgada pela escola

Senhores pais, mães e responsáveis. Viemos aqui tranquilizá-los quanto ao ocorrido. As devidas providências já foram tomadas e os alunos estão em segurança. No momento estamos todos bem. E entraremos em contato a qualquer momento para comunicar caso tenha qualquer novidade. Pedimos para que considerem apenas as informações oficiais da Escola Brunilo Jacó para não caírem em informações falsas. Explicando o ocorrido: Foi encontrada uma faca na mochila de um aluno. Mas não ocorreu nada, felizmente nenhum ocorrido além desse. E rapidamente as devidas providências foram tomadas. O caso está sobre a tutela das autoridades policiais, e a direção da escola já está solicitando as autoridades que acompanhem o adolescentes. Pedimos para que prezemos sempre pelo diálogo e informação verdadeira. São nossos maiores aliados pra agirmos da melhor forma. Atenciosamente, agradecemos a compreensão de todos e todas. Estou a disposição caso queiram contato”.

O Ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou que os ataques são reflexo da “realidade da nossa sociedade, de estímulo ao ódio, estímulo à intolerância, estímulo à violência, estímulo ao armamento”.

Segurança

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará está reforçando os protocolos de atendimentos e medidas de segurança voltadas para ocorrências relacionadas a supostas ameaças a escolas. A Secretaria ressalta que toda ameaça e postagem na internet que chegar ao conhecimento das autoridades será averiguada e aplicada a responsabilização cabível.

De forma preventiva, equipes da Polícia Militar do Ceará atuam realizando rondas e paradas de viaturas em pontos-bases na frente de escolas públicas e privadas e vêm mantendo conversas de aproximação com diretores e responsáveis por unidades de ensino. Dados divulgados mostram que, até agora, 18 autorias de perfis em mídias sociais foram identificadas. Destes, seis pessoas foram conduzidas a unidades da Polícia Civil.

A população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As denúncias podem ser encaminhadas ainda para o número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, ou para o (85) 3101-0181, que é o número de WhatsApp. O sigilo e o anonimato são garantidos.

Canal de denúncias

Na último final de semana, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em parceria com organização não-governamental SaferNet Brasil, disponibilizou um canal virtual na internet para receber denúncias de ataques contra escolas. O site está disponível e as informações enviadas serão analisadas pela equipe do Ciberlab da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

De acordo com a pasta, centenas de agentes trabalham de forma integrada no monitoramento de ameaças: 51 chefes de delegacias de investigação, 89 chefes de agências de inteligência (incluindo Polícias Militares e Civis estaduais) e 25 policiais federais. As denúncias são anônimas, não sendo exigida identificação.