O PT não trabalha com plano B para disputa presidencial. Esse é o discurso que a direção adotou após confirmar o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, como vice da chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a cúpula petista, Haddad ficará na vice da chapa “até a regularização da situação judicial” de Lula.

A presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, afirmou que Manuela D´Ávila, do PCdoB, ocupará o posto futuramente. Reservadamente, petistas admitem que Haddad será o substituto de Lula.

“Discutimos uma estratégia de participação em que até a regularização da situação judicial a vocalização da campanha do presidente Lula seria feita através de um companheiro do PT. Então, decidimos conjuntamente, PT e PCdoB, de colocar neste momento como candidato a vice-presidente da República o companheiro Fernando Haddad para fazer a representação do presidente até tão longo se estabilize a situação do presidente Lula. A partir de amanhã, já iniciamos a pré-campanha com Haddad e Manuela saindo pelo Brasil”, afirmou Gleisi, já na madrugada desta segunda-feira, 6.

A dirigente petista ainda destacou que Lula referendou o convite a Manuela. “Quero dizer formalmente que o presidente Lula pediu que eu convidasse o PCdoB para integrar a sua chapa fazendo o convite para Manuel D´Ávila ser a candidata a vice-presidente”.

No pronunciamento, Gleisi se queixou do que chamou de “reinterpretação” da legislação eleitoral para obrigar as coligações a definirem a formação das chapas até a data final de convenções, encerrada nesse domingo.

“Sempre os partidos políticos tiveram a oportunidade até a data de registro da candidatura de fazer os ajustes nas chapas. Isso é uma realidade política do nosso país. Nós entendemos que interpretação de técnicos do Tribunal foi feita justamente para colocar mais obstáculo à candidatura do presidente Lula. Mas não vamos dar nenhuma razão para impedirem o presidente Lula de ter o seu registro no dia 15 de agosto”.

Haddad falou rapidamente e evitou se apresentar como candidato. Ele falou apenas em integrar o programa de governo do PCdoB ao do PT. Já a presidente do PCdoB, Luciana Santos, lamentou o fato de a aliança fechada não abranger também Ciro Gomes, do PDT.

Com informações do Jornal O Globo