O jejum intermitente é uma técnica usada por pessoas que buscam dieta para perder ou manter o peso. Além disso, pode ser uma alternativa para aqueles que buscam reiniciar o metabolismo, controlar doenças crônicas, adiar o envelhecimento e melhorar a saúde geral.
De acordo com o The conversation — site americano de conteúdos acadêmicos e de pesquisadores — algumas pesquisas apontam que o jejum pode afetar diretamente o cérebro distribuindo energia e fornecendo proteção contra doenças neurodegenerativas, como por exemplo, a doença de Alzheimer. Os gregos também acreditavam que o jejum poderia melhorar no pensamento.
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Esta maneira consiste em consumir as refeições do dia em curto período, passando a maior parte do dia em jejum, em que pessoas passam, geralmente, de 12 a 16 horas por dia sem se alimentar.
Hayley O’Neil, professora da faculdade de ciências da saúde e medicina, Bond University, na Austrália, destaca quatro formas que o jejum intermitente pode atuar no corpo e explicar os efeitos potenciais no cérebro, são eles:
Cetose: O processo metabólico se caracteriza pela queima de gordura na produção de energia. Isso é conhecido como cetose, ocorrendo de 12 a 16 horas após o início do jejum, quando os estoques de fígado e glicogênio estão esgotados. As cetonas são substância químicas produzidas por este processo metabólico, se tonando fonte de energia para o cérebro. Por ser um processo metabólico mais lento para produzir energia, e pela redução dos níveis de açúcar, a cetose pode causar sintomas como: fome, náuseas, mau humor, irritabilidade, prisão de ventre, dores de cabeço, entre outros.
Entretanto, estudos mostram que as cetonas podem fornecer uma fonte alternativa de energia para preservar a função cerebral e prevenir distúrbios de neurodegeneração relacionados a idade e declínio cognitivo. Além disso, demonstrando o aumento de cetonas por meio de suplementação ou dieta melhora a cognição em adultos com declínio cognitivo leve e naqueles em risco de doença de Alzheimer.
Sincronização circadiana: Algumas formas de se alimentar pode interferir no funcionamento dos órgãos, como por exemplo, comer em horários que não correspondem aos ritmos diários naturais do corpo — fazendo as refeições entre o período de seis a dez horas durante o dia.
Mitocôndrias: O jejum intermitente pode fornecer proteção cerebral através da melhoria da função mitocondrial, do metabolismo e da redução de oxidantes. As mitocôndrias tem como papel produzir energia e são essenciais para a saúde do cérebro.
Doenças relacionadas com a idade estão intimamente relacionadas com um desequilíbrio na oferta e procura de energia, provavelmente atribuído à disfunção mitocondrial durante envelhecimento.
O eixo intestino-cérebro: É a ligação entre o intestino e o cérebro. Um exemplo disso é quando a pessoa sente aquele “frio na barriga” quando está nervoso, e o intestino pode afetar o humor, a cognição e a saúde mental.
O jejum intermitente se mostrou promissor para melhorar a saúde do cérebro, aumentando a sobrevivência e a formação de neurônios na região do hipocampo, que está envolvida na memória, aprendizagem e emoção.
Resultado
Ainda de acordo com o artigo, a rápida perda de peso associada à restrição calórica e ao jejum intermitente pode levar a deficiências e falta nutricionais, além de perda muscular e diminuição da função imunológica. As chamadas janela — indivíduo que fica entre 14 e 16 horas sem comer — pode levar a riscos como fadiga, tonturas e desequilíbrios eletrolíticos (falta de líquidos corporais).
Vale ressaltar a importância de consultar e procurar orientação de um profissional de saúde antes de fazer um jejum intermitente. Como forma para tirar dúvidas e orientações sobre estruturação dos períodos de jejum, adaptado às necessidades e objetivos indivíduais.
(*)com informação do Jornal CB