O ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT-CE), que ainda não foi lançado oficialmente como candidato a presidência nas eleições de 2018, diz ter confiança de que poderá ser eleito presidente do Brasil no próximo ano. Afirmando não ser presunçoso, ele se vê como o vencedor da disputa pelo Palácio do Planalto.
“Essa eleição está para mim. Parece jactância, mas não é”, disse o político nesta quinta-feira (10) em entrevista ao canal “ultrajano”, apresentado pelo jornalista José Trajano, no YouTube.
Ciro diz se considerar o mais experiente entre os possíveis presidenciáveis. Além de já ter ocupado cargos no Executivo e no Legislativo, ele já foi candidato à Presidência duas vezes, pelo PPS, em 1998 e em 2002.
“Essa eleição está para mim, porque as pessoas, na hora de votar, vão precisar de respostas concretas para os problemas. Vão precisar de experiência anterior. Porque isso é a negação da tragédia que Dilma [Rousseff, ex-presidente] e Temer [Michel, atual presidente] produziram, é o trend.”
Segundo Ciro, ele é o “cara que pode restaurar o ideário progressista sem o custo da inexperiência juvenil”.
O pré-candidato defendeu a sua qualificação como presidente do Brasil por ter exercido mandatos desde a esfera municipal até a federal. “Eu sou do ramo [da política]”. Disse ainda ser tachado de “doidão”, porque seus opositores não podem chamá-lo de “corrupto ou incompetente”.
Em relação à possível candidatura do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que segundo pesquisa Datafolha do dia 26 de junho está em segundo lugar nas intenções de voto, atrás apenas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro afirmou que “não dá nem para conversar” com o parlamentar.
“Quem vai administrar o país, um cara que nunca administrou uma bodega?”, provocou. Segundo ele, a “experiência trágica de Dilma [Rousseff]”, que governou o país sem ter assumido anteriormente um cargo no Executivo, é uma desvantagem para Bolsonaro, que atua como deputado federal desde 1991, mas nunca foi prefeito ou governador.
“Temer ainda pode cair”
Na entrevista desta quinta-feira, Ciro Gomes também afirmou que o presidente Temer “ainda pode cair”. Para o pré-candidato, o peemedebista não terá apoio no Congresso se houver uma denúncia baseada nas possíveis delações do corretor de valores Lúcio Funaro e do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Ficaria impossível para esse Congresso sustentar o governo”, avaliou.
O pré-candidato criticou ainda o encontro de Temer com Raquel Dodge, futura procuradora-geral da República, no Palácio do Jaburu, fora da agenda oficial do presidente. “Perderam a noção, perderam a compostura. Essas coisas deslustram a confiança da sociedade nas instituições”. Segundo ele, Dodge não agiu com “ingenuidade”, mas com “despudor” e com “falta de acatamento do cargo”.
A crítica se estendeu a Gilmar Mendes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), que também se encontrou com o presidente Temer fora da agenda oficial. “Isso é uma baderna, uma anarquia. A autoridade precisa ser restaurada no Brasil”.
Com informações UOL