O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), afirmou em entrevista coletiva após a reunião dos tucanos, que há uma incoerência nas decisões do partido. O PSDB decidiu manter o apoio ao presidente Michel Temer, porém decidiu, ao mesmo tempo, recorrer contra a absolvição do peemedebista pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  Tasso reconheceu que não há a menor dúvida sobre ter havido corrupção nas eleições de 2014 na chapa Dilma-Temer. Além disso, ele afirma que o partido não se calará sobre o assunto e entrará com recurso para provar sua convicção. Segundo ele, o tipo de recurso só será definido após o TSE publicar o acórdão do julgamento.

O senador também ressaltou que este não é o governo “dos seus sonhos” e que não votou na chapa eleita em 2014. Destacou também que era a favor do desembarque, mas que foi voto vencido. Jereissati afirmou que o PSDB ainda não decidiu fechar questão a favor da aceitação de eventual denúncia contra Temer enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.  Por enquanto, a orientação é que cada deputado vote como quiser.

O deputado Ricardo Tripoli (SP), líder do PSDB na Câmara, afirmou que pretende orientar a bancada do partido na Casa a votar pela aceitação de eventual denúncia da PGR contra Michel Temer. Ele diz que, neste caso, não haverá liberação da bancada.  A expectativa é de que Janot envie a denúncia até o final deste mês. Para que a denúncia seja aceita na Câmara, são necessários 342 votos favoráveis. Sendo aceita, Temer terá de ser afastado do cargo por 180 dias para julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Caso o julgamento exceda esse período, Temer retorna ao caso, mas continua sendo processado pela Corte.

Caso Aécio

Aécio Neves, afastado das funções e da presidência do partido após delação da JBS, não será crucificado pelo partido, afirmou Tasso Jereissati. O tucano cearense confirmou a intenção da maioria do partido de antecipar as eleições para escolha do substituto definitivo do mineiro. Essa eleição poderá ser antecipada em duas situações: caso Aécio renuncie ao cargo, ou seja expulso do cargo. Jereissati ressaltou, porém, que tudo será combinado com o senador mineiro e que a ideia é que próxima reunião da Executiva, convoque uma eleição nacional.