Governadores e prefeitos pressionam o governo federal para liberação do socorro financeiro no valor de R$ 60 bilhões. Os Secretários de Fazenda das unidades da federação enviaram uma carta ao presidente Bolsonaro a fim de que este sancione a medida que viabiliza a destinação dos recursos, sendo R$ 10 bilhões para sempre aplicados exclusivamente na pandemia e os outros R$ 50 bi para compensação pelas perdas de arrecadação do ICMS e do ISS. Dentro do Bate-Papo político desta segunda-feira (18), a demora na liberação da verba foi posta em discussão pelos jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida.
“Mais uma semana de pressões políticas e com novos capítulos na queda de braços entre a união e os governos estaduais e municipais” – foi o que disse o jornalista Luzenor de Oliveira sobre o cenário atual. O presidente Jair Bolsonaro condiciona a liberação dos recursos ao afrouxamento do isolamento social por parte dos governadores, uma medida que também é suscitada pelos empresários. Outro imbróglio está no fato de que o executivo deseja que os estados que tenham ações contra a União, fiquem fora do acordo.
Ao comentar o assunto, o jornalista Beto Almeida pontua que essa exigência para que os estados que tem ações na justiça contra a união desistam dos recursos, na verdade é uma renúncia da ações que foram impetradas a partir do dia 20 de março com a finalidade de ajuda financeira.” É uma segurança que o governo tem pra que depois da pandemia os entes federados não possam entrar de novos com novas ações pedindo suspensão de pagamento de dívida por exemplo, é uma garantia que o governo quer”, diz Beto Almeida sobre as motivações do governo.
Em seguida, Beto Almeida afirma que o governo “está matando os estados e municípios na unha” e que isso se deve ao fato de um componente político que também influencia a tomada imediata de decisão do presidente para liberação destes recursos.“Ora, ao liberar imediatamente, ao fazer essa sanção ele vai estar ajudando inimigos políticos como por exemplo o governador de São Paulo, João Dória…o governo quer ter garantias sobre como ele vai lidar com os estados e também com os municípios”, pontua Beto.
Por fim, Beto afirma que o grande objetivo de Bolsonaro é conseguir maior flexibilização das normas de isolamento social a fim de que a economia possa ser reaberta e os trabalhadores voltem às suas atividades normais nas empresas, lojas e demais empreendimentos comerciais.