Após suspeita de exposição ao vírus, uma das estratégias de prevenção da raiva continua sendo o soro antirrábico que vem registrando um baixo estoque em todo o País e levado estados a reforçar o alerta sobre o uso racional do produto.
A situação tem levado estados com menor volume de soros a adotarem medidas e reforçar a profissionais de saúde a necessidade de observar protocolos de indicação do produto, na tentativa de evitar falta em casos de acidentes graves.
O Ceará informou ao Ministério sobre o “cenário crítico” e elaborou notas técnicas para apresentar aos municípios as formas de prevenção e as maneiras de otimizar o uso. Em São Paulo, a secretaria estadual de saúde diz que o envio “tem sido irregular e em quantidade insuficiente”. De 2.500 ampolas solicitadas em outubro, só 29% foram entregues – do total, 40 doses inicialmente e o restante até o fim do mês.
Questionado, o Ministério da Saúde diz que o baixo estoque de soro antirrábico está relacionado a entraves na produção. De três fornecedores do produto ao SUS, apenas o Instituto Butantan está com a fabricação mantida.
Segundo o Ministério, o problema ocorre desde 2015, e voltou a registrar alerta nos últimos meses. Em documento, a Pasta ressaltou que, diante da escassez, vem enviando para distribuição aos estados “cerca de 10% do quantitativo necessário”.
Há locais que disseram ter recebido até 30% das doses solicitadas em outubro. Historicamente, a média de envio mensal do soro aos estados tem sido 12.000 ampolas. Atualmente, a Pasta diz ter 5.000 frascos em seu estoque.
Em geral, o soro antirrábico é utilizado em conjunto com a vacina nos casos em que uma pessoa é mordida ou ferida de forma grave por um animal suspeito e há maior risco de adquirir a doença.
A indicação depende do tipo de exposição e das condições do animal agressor. Entre os critérios, está a ocorrência de ferimentos mais profundos, lesões em partes do corpo de maior circulação sanguínea e se há possibilidade ou não de monitorar o animal, por exemplo.