Sol, vento e um vasto litoral para ser explorado de forma sustentável. Assim é o Ceará, que fica localizado em uma posição estratégica no continente sul-americano, na chamada “Esquina do Atlântico”. Suas características naturais atraem turistas brasileiros e estrangeiros durante os 12 meses do ano para a prática de esportes náuticos. Localizado 3º graus abaixo da Linha do Equador, o estado tem 573 quilômetros de praias com luz natural, em média, 320 dias por ano. Outro aspecto positivo é a regularidade das rajadas de vento com velocidade variando entre 20 e 26 nós, podendo chegar ao pico de 50 nós, e a baixa umidade do ar.
Em 2017, um a cada dez turistas que vieram ao Ceará declararam o turismo de esporte/aventura a motivação para visitar o estado, de acordo com a Secretaria do Turismo do Estado. Destes, 70% disseram praticar o kitesurf, totalizando 110 mil turistas. As praias mais procuradas por eles são Cumbuco, Paracuru, Jericoacoara, Canoa Quebrada e Porto das Dunas. A praia do Cumbuco, no município de Caucaia, é a preferida dos visitantes.
Mas para garantir uma perenidade das condições ideais é preciso pensar em formas sustentáveis de ocupação e uso dos recursos naturais. Com o propósito de fomentar práticas positivas no mundo a partir de ferramentas tecnológicas, o Winds for Future SUMMIT pousa na praia do Cumbuco nos dias 21 e 22 de setembro deste ano. A programação do evento vai contar com hackathons, pitchs de startups, mentorias de investidores, workshops, ecovila de produtos sustentáveis, entre outras ações. Mais de 50 palestrantes brasileiros e de outros países já confirmaram presença, além de 75 expositores e startups, investidores e fundos de investimento.
O Governo do Ceará, incentivador de ações sustentáveis, é um dos apoiadores do Winds for Future SUMMIT. Élcio Batista, secretário-chefe da Casa Civil, destaca que a proposta é conectar kitesurfistas, ativistas e empreendedores em uma rede de ideias que pense em um futuro mais sustentável. Para ele, o aquecimento dos oceanos acende um alerta preocupante e que deve ser considerado pela sociedade. “Chegamos às mais altas temperaturas dos últimos 60 anos. Precisamos debater sobre como nossos comportamentos impactam o meio ambiente e em como utilizar estratégias tecnológicas para reduzir os danos já existentes”, ponderou Élcio.
Igor Juaçaba, CEO do Summit, reafirma que o evento tem impacto direto no desenvolvimento do ecossistema de inovação do Ceará e do Brasil. “A proposta do W4F é atrair e reter capital intelectual para o estado, não só pelas condições dos hubs (aero, portuário e tecnologico), mas também para demostrar o estilo de vida saudável e criativo da nossa região, que se posiciona como grande potencial de conexão entre América Latina e o mundo para as empresas de base tecnológica e de serviço. Reunimos excelente qualidade de vida, população mais jovem do Brasil entre as capitais, clima, kitesurf, ciclovias, cafés, excelentes coworkings e baixo custo”, endossa.
Aproximadamente duas mil pessoas estão sendo esperadas nos dois dias do evento. O objetivo é fazer com que cada uma aproveite a ocasião para imergir nas atividades e refletir sobre seu papel no mundo. Para o secretário-chefe da Casa Civil, é preciso pensar em um prisma mais amplo da rede de negócios que pode ser ampliada com o planejamento adequado para explorar responsavelmente as oportunidades que surgem em meio aos ventos, marés e raios de sol.
“Há quem associe diretamente a economia do mar somente à pesca artesanal, mas ela é apenas um dos elementos que compõem o setor. O turismo e o esporte, por exemplo, agregam um valor importantíssimo. Os gastos de turistas entram diretamente na economia, acionam o mercado de trabalho e geram renda. O kitesurf é um caminho para atração de turistas, pois temos aqui o melhor vento do mundo para a prática desse esporte, além de sol em boa parte do ano. O nosso Estado é considerado um privilegiado nesse sentido e, se soubermos explorar esse potencial, teremos a capacidade de atrair cerca de um milhão de turistas para essa prática esportiva”, afirma Élcio.
Quebrando recordes para conscientizar
O encerramento do evento será com um grande desafio que busca de atrair a atenção da sociedade para uma causa global emergente. Neste ano, os organizadores tentarão quebrar o recorde mundial de velejadores em conjunto com a bandeira #KITEFORTHEOCEANS. A meta é colocar 500 velejadores juntos no mar do Cumbuco em defesa dos oceanos. A marca atual é de 423 pessoas, no sul da Inglaterra.
A preocupação é em decorrência do aquecimento dos oceanos causado pelas emissões de carbono. Um levantamento feito pela revista Scientific American traz informações científicas que indicam a absorvição de 90% desses efeitos pelos mares do mundo. O estudo indica ainda que até 2050 a previsão é termos mais toneladas de plástico nos oceanos do que peixes.
De olho nas oportunidades
Atento ao surgimento de novos nichos nesse mercado, o Governo do Ceará criou no primeiro semestre deste ano, por meio do Conselho Gestor das Câmaras Setoriais e Temáticas da Adece, a Câmara Setorial de Economia do Mar e Águas Continentais. O mecanismo tem como objetivo desenvolver uma ambiência para atração de investimentos públicos e privados para a área, que abrange setores como: transportes marítimos, portos, logística e expedição, pesca, aquacultura e indústria do pescado, entretenimento, desporto, turismo e cultura e energia.
*com informações do Governo do Estado Do Ceará