O prefeito de Pacajus, Bruno Figueiredo (PDT), impôs aos estudantes universitários que a gratuidade do transporte escolar ficará vinculada ao trabalho voluntário que cada um deve prestar ao município. Quem não estiver cadastrado, nessa condição, será barrado e impedido de entrar no ônibus.

O decreto assinado pelo prefeito estabelece que, a partir do próximo dia 11 de setembro, o acesso ao transporte fica condicionado a quem realizar algum trabalho voluntário em órgãos da administração municipal.

TRANSTORNOS ANTECIPADOS

Os transtornos para alguns estudantes começaram nesta segunda-feira (4). Um grupo de 17 alunos não conseguiu entrar no ônibus, o que gerou revolta e indignação entre aqueles que precisam do transporte para se descolar à universidade.

O problema alegado pela Prefeitura é que houve erro técnico na leitura do QR Code. Segundo a Prefeitura de Pacajus, o Município está realizando um controle “melhor” nas rotas dos universitários, visando impedir o embarque de não estudantes.

De acordo com o prefeito Bruno Figueiredo, a medida tem por objetivo “regularizar o transporte universitário”, para não haver “prejuízo para o município de Pacajus”.

ASSUNTO NO JORNAL ALERTA GERAL

O grito de revolta dos universitários de Pacajus ganha destaque, nessa terça-feira (5), no Jornal Alerta Geral, que é gerado pela FM 104.3 – Expresso Grande Fortaleza, com transmissão, a partir das 7 horas da manhã, pelas redes sociais do @cearaagora e por mais de 20 emissoras de rádio do Interior do Estado.

O repórter Sátiro Sales faz um relato sobre a medida da prefeitura, considerada antipática, inédita no Ceará e desestimulante para os estudantes.

REVOLTA DE ALUNOS

Indignados com o decreto municipal, que os obriga a prestar serviços ao Município para garantir o transporte universitário, entidades estudantis publicaram nota de repúdio à decisão do prefeito Bruno Figueiredo.

Ao condenarem a medida, os alunos afirmam, na nota de repúdio, que “tal atitude fere constitucionalmente o direito do acesso à educação e o Decreto n.º 209 de 26 de junho de 2019 que todo universitário que tiver devidamente matriculado nas universidades tem o direito a transporte de forma gratuita.

EXIGÊNCIA IGNORA ATIVIDADES NAS UNIVERSIDADES

Segundo, ainda, a nota, ‘’A exigência do prefeito também desconsidera diretamente a carga horária exigida pela universidade, uma vez que há cursos integrais, projetos de extensão que exigem carga horária semanal, trabalhos e estágios obrigatórios remunerados das universidades’’.

A nota destaca que ‘’a tal imposição do prefeito também desconsidera totalmente o tempo de viagem dos transportes e os horários necessários para estudo’’ e que ‘’os ônibus universitários não são prejuízos, na verdade são um INVESTIMENTO para ter mão de obra especializada em um futuro próximo’’.