O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva recebe, nesta segunda-feira, em São Paulo, a partir das 15 horas, lideranças regionais do MDB para conversar sobre os palanques nos estados com vistas ao primeiro turno da eleição de 2 de outubro. O MDB lançou a pré-candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência da República, mas o partido enfrenta divisões internas com a decisão de líderes regionais apoiarem a candidatura de Lula. É o caso, por exemplo, do MDB do Ceará.

O presidente da Executiva Regional do partido, ex-senador Eunício Oliveira, é um dos emedebistas mais identificados com o presidenciável Lula e o estimulou, em 2020, a ser candidato à Presidência da República. Eunício faz parte da ala do MDB que considera que, pelo quadro de polarização entre o presidente Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, não há espaços para a terceira via.

Eunício participa, ao lado de lideranças do MDB de outros estados, do encontro com o ex-presidente Lula. Após a reunião coletiva, terá, também, um bate papo individual com o presidenciável petista para uma avaliação sobre o quadro político e eleitoral do Ceará. O ex-senador disse, em conversa com a nossa reportagem, que a semana terá importantes decisões e, além do encontro com o presidenciável Lula, sentará, também, à mesa com o ex-governador Camilo.

O MDB foi parceiro do segundo governo de Camilo Santana e, dessa relação, ficou a boa convivência entre as lideranças dos dois partidos. Em 2020, na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, em uma articulação do então governador Camilo Santana, o MDB descartou apoio à candidatura do Capitão Wagner que foi ao segundo turno da eleição e foi derrotado pelo hoje prefeito José Sarto (PDT).

Eunício mantém a boa relação com Camilo, mas tem fortes divergências com as lideranças estaduais do PDT. Ele tem sido taxativo que, se o PDT indicar o ex-prefeito Roberto Cláudio como candidato ao Governo, o MDB estará fora da aliança. A conversa desta segunda-feira, entre Eunício e Lula, passa por essa pauta uma vez que o racha na aliança liderada pelo PDT pode levar o PT, em parceria com o MDB, a lançar uma candidatura própria ao Palácio da Abolição.