Ex-líder da bancada do PT na Câmara, o deputado Afonso Florence (BA) defende que o partido apoie uma candidatura de oposição na eleição para a presidência da Casa. Para ele, “não há hipótese” de o PT apoiar um nome que faça parte da base do governo do presidente Michel Temer e foi a favor do impeachment de Dilma Rousseff. “Eu acho que a gente não pode apoiar golpista, nem no primeiro nem no segundo turno”, disse.
O partido está reunido nesta terça-feira, 17, em Brasília, para começar a discutir o assunto. Uma decisão final deve ser tomada na sexta-feira, 20, quando o comando do partido terá reunião em São Paulo.
Segundo o deputado, uma das possibilidades é apoiar André Figueiredo (PDT-CE), mas ele não descarta a articulação de uma outra candidatura. “Ainda precisamos conversar com ele (Figueiredo) sobre programa, propostas”, disse.
Para Florence, é melhor o partido ficar sem um cargo na Mesa Diretora do que apoiar a reeleição do atual presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), ou nomes do chamado “Centrão”, como Jovair Arantes (PTB-GO) e Rogério Rosso (PSD-DF).
A posição do deputado vai de encontro com a defendida pelo atual líder da bancada, deputado Carlos Zarattini (SP). Para ele, o importante é que o PT não fique de fora da Mesa no próximo biênio.
Se o partido apoiar um nome de oposição, o mais provável é que sofra retaliação caso um candidato da base do governo vença, como aconteceu nas eleições de 2015 quando o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito presidente da Câmara.
Estadão Conteudo