Um novo estudo traz esperança para um diagnóstico mais preciso e acessível da Doença de Alzheimer. Pesquisadores descobriram que um exame de sangue consegue identificar a doença em cerca de 90% dos casos, superando significativamente a precisão de métodos tradicionais como testes cognitivos e tomografias computadorizadas, realizados por médicos de atenção primária e especialistas.
A pesquisa, publicada na revista JAMA e apresentada no domingo na Alzheimer’s Association International Conference nos Estados Unidos, analisou dados de mais de 1.200 pacientes com problemas de memória. O exame de sangue se mostrou especialmente eficaz em detectar a proteína tau, característica da doença de Alzheimer, e seus resultados foram consistentes em diferentes grupos de pacientes, incluindo aqueles com outras condições de saúde.
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Essa descoberta representa um avanço significativo na busca por um diagnóstico precoce e confiável da doença de Alzheimer. Atualmente, os métodos tradicionais podem apresentar taxas de erro consideráveis, dificultando a identificação da doença em seus estágios iniciais. Com o exame de sangue, a expectativa é que seja possível oferecer um diagnóstico mais preciso e rápido aos pacientes, permitindo um início mais precoce do tratamento.
A nova técnica ainda precisa ser validada em estudos de maior escala e em diferentes populações. No entanto, os resultados preliminares são promissores e abrem caminho para o desenvolvimento de um teste de sangue rotineiro para a detecção da doença de Alzheimer, semelhante aos exames de colesterol. Essa possibilidade é especialmente importante considerando a crescente incidência da doença em todo o mundo.
Por outro lado, visto que a doença de Alzheimer pode começar a se desenvolver cerca de 20 anos antes de quaisquer sintomas, e que às vezes a demência não se desenvolve, ou as pessoas morrem de outras causas antes disso, a comunidade científica fica reticente em falar amplamente sobre o exame. Há um “risco de ansiedade e outras reações, reações psicológicas, a tal resultado de teste”, disse Dr. Oskar Hansson, professor de pesquisa clínica de memória na Universidade de Lund, na Suécia, e autor sênior do estudo, em entrevista ao New York Times.
Essas recomendações de teste podem mudar se os cientistas encontrarem medicamentos que possam atrasar ou interromper a doença.
É importante ressaltar que o exame de sangue deve ser utilizado em conjunto com outros métodos de avaliação e interpretado por profissionais de saúde especializados. Além disso, a descoberta de um marcador biológico para a doença de Alzheimer não significa que um tratamento eficaz já esteja disponível. No entanto, essa avanço representa um passo crucial para o desenvolvimento de novas terapias e estratégias para combater essa doença neurodegenerativa.
(*)com informação do site Terra