Vinte e quatro horas após se reunir com representantes de correntes internas que querem discutir o lançamento de candidatura própria à sucessão do Governador Camilo Santana, o presidente da Executiva Regional do PT, Antonio Filho (Conin), apresenta, nesta terça-feira, aos demais integrantes da direção estadual um documento com argumentos para a abertura de diálogo sobre os caminhos da sigla nas eleições de 2022.
O movimento em defesa de candidatura própria vem sendo puxado pelo deputado federal José Airton Cirilo, tem o apoio da deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, e atrai a atenção de militantes que integram correntes internas do partido. O grupo majoritário do PT, sob a liderança do deputado federal José Nobre Guimarães, é favorável a manutenção da aliança com o PDT.
Durante a reunião, nessa segunda-feira, o presidente do PT, Antonio Filho, prometeu convocar o Diretório Estadual para reunião, em janeiro, para debater o documento com o pedido de discussão sobre o lançamento candidatura própria ao Palácio da Abolição. “Vai ser colocado para apreciação do conjunto do partido. Se tem uma coisa que marca o PT é nosso apego ao debate”, garantiu Antonio Filho, o Conin.
Principal defensor da candidatura própria petista, o deputado federal José Airton afirmou que o partido terá a oportunidade de fazer um debate qualificado. “Temos bastante tempo até a decisão para acumular uma discussão, fazer avaliações e desenhar um projeto para apresentar ao Ceará”, comentou. O parlamentar, que já disputou duas eleições ao governo pelo PT, defende o partido realize “encontros que gerem oportunidade de consolidar nosso alinhamento com o projeto nacional”, referindo-se à candidatura de Lula à Presidência da República.
ROMPIMENTO COM O PDT
O ex-vereador de Fortaleza, Deodato Ramalho, representante da tendência Articulação de Esquerda, afirmou que a relação com os Ferreira Gomes é prejudicial ao partido. “Essa ideia de palanque duplo gera uma grande dificuldade para o PT”, observou Deodato. Integrante da corrente Articulação na Luta, Vaumik Ribeiro, defendeu a participação da militância nas decisões. “Qualquer aliança política eleitoral feita por cima prejudica o andar de baixo, que precisa ter vez e voz”, afirmou.