As exportações cearenses registraram valor recorde no primeiro semestre de 2017: atingiram US$ 964,8 milhões, o que representou crescimento de 104,1% em relação a igual período do ano passado. O desempenho foi impulsionado principalmente pelo aumento das exportações de produtos metalúrgicos. A análise está no Enfoque Econômico, publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão do Governo do Ceará. O trabalho já pode ser acessado na página www.ipece.ce.gov.br.

O resultado foi alcançado mesmo tendo o volume de exportação, em junho de 2017, somado US$ 140,6 milhões, significando queda de 31,5% em comparação ao mês imediatamente anterior. Porém, em comparação ao mesmo mês de 2016, aumentaram 79,6%, o que indica clara tendência de crescimento. Já as importações obtiveram uma queda de 49% no primeiro semestre do ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo o valor de US$ 1,107 bilhão.

O documento do Ipece deixa claro que, em junho de 2016, as importações cearenses tiveram um comportamento atípico, pois nesse mês foi registrada grande importação de máquinas e equipamentos, voltado para a instalação da siderúrgica. Assim, as importações também apresentam tendência de crescimento, mas em 2017 o valor importado vem mostrando um ritmo menos acelerado. As importações de junho de 2017 alcançaram o montante de US$ 176 milhões, apresentando queda de 3 por cento em relação ao mês anterior.

Aliado com o novo patamar das exportações ocorre que a balança comercial cearense está menos deficitária, pois o déficit atual, de US$ 142,6 milhões, foi menor do que o registrado no mesmo período de 2016 (US$ 1,7 bilhão). A corrente de comércio exterior estadual, no acumulado de janeiro a junho de 2017, alcançou o valor de US$ 2 bilhões, tendo registrado queda de 21,7 por cento na comparação com os mesmos meses do ano anterior.

Em consequência dos valores das exportações e importações, o saldo da balança comercial cearense foi deficitário em US$ 35,4 milhões, no mês de junho, resultado inferior ao registrado no mês imediatamente anterior. Já a corrente de comércio exterior cearense, que é a soma dos valores exportados e importados, foi de US$ 316,7 milhões, um pouco abaixo da média de 2017. Esse valor representou uma queda de 18,1 por cento, quando comparada ao mês anterior.

O Enfoque Econômico de junho, elaborado por Ana Cristina Lima Maia, que teve a colaboração de Heitor Gabriel Silva Monteiro, também mostra que, em junho de 2017, a pauta de exportação cearense foi liderada pelos Produtos metalúrgicos, com US$ 50,5 milhões em vendas externas, participando com 36,9 por cento de tudo que o Estado exportou naquele mês. Destaque para Outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, que correspondeu a 98,5 por cento do total do valor do grupo.

Em seguida estão Calçados e suas partes, com valor de US$ 24,9 milhões, Couros e peles, com US$ 11,8 milhões, Combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias betuminosas, com US$11,4 milhões, Castanha de Caju, com US$ 8,8 milhões e Produtos Industriais Alimentícios e Bebidas, com US$8,4 milhões. Esses seis segmentos representaram 84,7por cento de toda a pauta de exportações do Estado.

Placas de aço

Nesta quarta-feira (19), mais um marco histórico foi alcançado no Porto do Pecém. Após anos de espera, com a siderúrgica em pleno funcionamento, o total de 2 milhões de toneladas de placas de aço foram embarcadas através do porto cearense com a finalização da operação do navio OLZA, que tem a Polônia como destino.

“Do total, apenas em 2017, a Cearáportos operou 1.403.652,00 tn”, destaca o presidente da Cearáportos, Danilo Serpa, sobre a crescente movimentação do produto através do Porto do Pecém. “É um orgulho para o porto começar a atuar no setor siderúrgico e já obter esses resultados. Nos preparamos por muito tempo para movimentar as placas de aço e agora estamos mostrando ao mundo que temos essa capacidade”, ressalta.

A operação, coordenada pela Cearáportos e que ocorre embarcando as placas simultaneamente em até dois navios, é realizada através de uma ação conjunta com os operadores portuários presentes no Porto do Pecém, que se prepararam investindo em equipamentos e treinamento da equipe para atender a nova categoria de produtos. “Com a colaboração e esforço de todos os envolvidos conseguimos mais agilidade e qualidade no serviço que estamos oferecendo à siderúrgica”, disse Danilo.

As placas de aço, produzidas pela siderúrgica instalada dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), já foram enviadas para mais de 10 países, mas podemos destacar Estados Unidos (37,56%), Turquia (16,61%), Coréia do Sul (9,47%), Itália (9,16%) e Tailândia (7,94%).

A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) tem a capacidade anual de produção de 3 milhões de toneladas de placas de aço. “Esperamos alcançar este marco de exportações em 2017”, finaliza o presidente.

Granéis sólidos

Além das placas de aço, o funcionamento da siderúrgica envolve a movimentação de matéria-prima, que são principalmente o carvão mineral e minério de ferro, que também chegam através de Pecém.

Esse segmento de carga hoje é a mais relevante dentro do terminal portuário, representando 58% de toda a carga movimentada através de Pecém.

Com informação do Governo do Estado do Ceará