Depois de transportar 190 órgãos para transplantes no ano passado, a Força Aérea Brasileira continua o trabalho em 2017. Apenas nos doze primeiros dias do ano, já realizou dez traslados para salvar vidas. Esse reforço foi possível depois que o presidente da República, Michel Temer, assinou o decreto nº 8.783, determinando que uma aeronave esteja sempre à disposição na capital federal para realizar o transporte de órgãos doados.
A decisão foi tomada logo após o jornal O Globo publicar uma série de reportagens que mostrava a indisponibilidade de aviões para realizar esse atendimento. Além de alertar para a necessidade da otimização do transporte de órgãos no Brasil, a publicação foi reconhecida pelo Prêmio Rei da Espanha. A premiação, que aconteceu nesta semana, tem o objetivo de reconhecer o trabalho dos profissionais de jornalismo em língua espanhola e portuguesa dos países que formam a comunidade ibero-americana e das nações com as quais a Espanha mantém vínculos históricos.
Ao assinar o decreto em junho do ano passado, Temer reconheceu a importância da celeridade do processo que envolve o transplante de órgãos no País. “Para nossa tristeza cívica, nós verificamos que a notícia registrava que não havia avião da FAB para transportar aquele material. […] Portanto, não haverá mais, a partir de agora, essa deficiência”, afirmou na ocasião de assinatura do documento.
Liliane Maciel, moradora do estado de São Paulo, é uma das beneficiadas com o trabalho da FAB. Vítima de uma trombose na veia do fígado, conseguiu uma doação de um órgão que estava em outro estado. Como os voos comerciais seguem horários e rotas rígidas, uma aeronave da Força Aérea entrou em ação para realizar o transporte.
O Ministério da Saúde tem um acordo voluntário e solidário com todas as companhias aéreas e a FAB para transplante de órgãos. Quando há ofertas de órgãos, tem início o processo de busca de pacientes na lista de espera. Em agosto de 2016, os ministérios da Saúde e Defesa (Comando da Aeronáutica) assinaram um Termo de Execução Descentralizado (TED) no valor de R$ 5 milhões. A medida tinha como objetivo ressarcir a Força Aérea Brasileira (FAB) dos voos realizados para transporte de órgãos em todo o Brasil e garantir a continuidade desse trabalho.
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