Candidato à vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão deu declarações polêmicas sobre o 13º salário, ao adicional de férias e a pregação a favor da renegociação dos juros da dívida do governo. Com isso, abriu-se a janela de oportunidade inédita até aqui para ataques à campanha de Jair Bolsonaro (PSL), avaliam os estrategistas de rivais.
O vídeo com a fala do vice do deputado sobre direitos trabalhistas será explorado na TV pelo potencial de impacto em eleitores que ganham até cinco salários mínimos. Já a tese sobre juros é mal vista pela elite do mercado.
A cúpula da coligação de Geraldo Alckmin (PSDB) diz que Mourão escorregou ao falar de assunto muito sensível e que influencia todos os trabalhadores. Nem mesmo a rápida reação de Bolsonaro, avaliam esses políticos, pode ser suficiente para aplacar as dúvidas que serão estimuladas pelo vídeo com a palestra do general.
A nova intervenção sobre o vice tende a reforçar a ideia de que há problemas na chapa e forte desorganização na campanha, dizem adversários do deputado.
Para os rivais, esse episódio, somado ao sumiço de Paulo Guedes, o “posto Ipiranga” do líder das pesquisas, pode plantar desconfianças e defecções em ala do empresariado que hoje apoia o candidato do PSL. Mas há dúvidas se haveria tempo para uma mudança significativa no cenário eleitoral.
Assim como Alckmin e Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT) também vai explorar a fala de Mourão. O sindicalismo reagiu rápido. Secretário-geral da Força, Juruna disse que o vice fez propaganda contra Bolsonaro de graça. “Se cobrasse cachê, eu pagaria!”
As campanhas de Alckmin e de Ciro se apressaram em veicular críticas à fala de Mourão para ver se os resultados da pesquisa Datafolha que será divulgada nesta sexta, 28, já captam alguma reação do eleitorado.
Com informações do Jornal Folha de São Paulo