A carência no quadro de funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) poderá afetar as pesquisas feitas pelo órgão, até mesmo o censo demográfico de 2019. O alerta é do presidente do IBGE, Roberto Olinto, que participou, nesta sexta-feira (28), do lançamento do livro Brasil em Pauta, sobre a política de comunicação do instituto.
“Se não tivermos ações de recuperação do quadro, o IBGE não terá condições de realizar não apenas o censo demográfico, mas uma série de suas pesquisas”, disse Olinto. Segundo o presidente do instituto, o número de funcionários pode se reduzir de 8 mil para 4.900 em dezembro, podendo chegar a 3.250, se todos os que têm condições de se aposentar, o fizerem. “Com 3 mil funcionários, o IBGE se torna inviável, dado que nós cobrimos o Brasil inteiro”.
Olinto disse que há pedidos feitos ao Ministério do Planejamento de reposição de quadros, mas que ainda não houve resposta concreta. “Nós temos um pedido de 1.800 funcionários, para conseguir passar por uma fase de transição e encarar o censo demográfico. Nós temos, além da sede do Rio de Janeiro, unidades em todas as 27 capitais e 570 agências no país. Dessas agências, 60 têm um funcionário apenas, com risco de fechar, e outras dez já foram fechadas”, disse.
Segundo Olinto, o objetivo principal até o final do ano é deixar alinhadas iniciativas sobre a contratação de novos quadros para serem executadas pelo próximo governo. “Nós estamos lutando para deixar as coisas organizadas para o ano que vem, mas ainda temos três meses para tentar criar uma base de acordos e formalismos que possam nos ajudar no próximo ano”.