A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017/2018 confirma que a vida é mais cara na área urbana do que na rural. Divulgada nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo revela que despesa total média mensal das famílias brasileiras atingiu R$ 4.649,03 no biênio.
Na área urbana, o gasto total médio foi de R$ 4.985,39, com aumento de 7,2% em comparação ao valor nacional, enquanto na área rural o valor da despesa atingiu R$ 2.543,15, ou seja, 45,3% inferior ao gasto médio.
O IBGE classifica as despesas em três grupos: correntes, aumento do ativo e diminuição do passivo. Os gastos correntes concentram o maior percentual de gastos (92,7%) e formam dois grupos: as despesas de consumo, que são os gastos feitos no dia a dia e que correspondem a 81% dos gastos totais; e outras obrigações correntes (impostos, contribuições trabalhistas, serviços bancários, pensões, mesadas e doações).
A sondagem mostra estabilidade nas despesas de consumo em relação à pesquisa 2002/2003, quando representaram 84,2% dos gastos totais. Dentro do grupo de despesas de consumo são mais representativos os segmentos de habitação (36,6%), transporte (18,1%) e alimentação (17,5%).
Alimentação fora de casa
A pesquisa 2002/2003 já havia observado uma participação relevante da alimentação fora do domicílio nos gastos das famílias brasileiras. Analisando as despesas com alimentação, a POF 2017/2018 aponta que um terço desses gastos é dedicado a pagamento de alimentação fora do domicílio.
Esse fenômeno é mais marcante na área urbana. Em 2002/2003, tinha participação de 24,1% dos gastos com alimentação; em 2008/2009, 31,1%. Agora, 32,8%.
Na área urbana, esses gastos com alimentação fora de casa evoluíram de 25,7%, em 2002, para 33,9% no estudo divulgado hoje, e com estabilidade ante a pesquisa de 2008 (33,1%). Já na área rural, subiram de 13,1% para 24,%.
Embora a alimentação fora do domicílio tenha ficado estável no Brasil nos últimos anos, o IBGE informou que, em termos regionais, o Nordeste, o Centro-Oeste e o Sul tiveram expansão significativa nesse tipo de gasto, passando de 23,5%, 30,1% e 27,7% na pesquisa anterior para 32,3%, 38% e 31,1%, na atual, respectivamente.