A crise no atendimento do INSS vai atrasar o início do pente-fino que o governo de Jair Bolsonaro pretende fazer em benefícios por incapacidade e no Benefício de Prestação Continuada, o BPC. Depois de ser adiado diversas vezes no ano passado, a Secretaria de Previdência havia comunicado a intenção de iniciar as revisões neste mês, o que não aconteceu.
O novo atraso no pente-fino é provocado por dificuldades enfrentadas pelo INSS para disponibilizar funcionários para testar e operar o novo sistema de agendamento de perícias desenvolvido recentemente pela Dataprev. O INSS enfrenta uma crise causada pela combinação da redução de pessoal e pelo crescimento na quantidade de pedidos de benefícios nos meses que antecederam a reforma da Previdência.
Atualmente, cerca de 1,5 milhão de segurados esperam pela análise de requerimentos por mais de 45 dias. Inicialmente, os atrasos eram atribuídos à demora da Dataprev para entregar um sistema que permitisse a seleção e convocação dos beneficiários a serem incluídos no pente-fino. O sistema ficou pronto para começar a ser testado no final do ano passado.
Os auxílios-doença são o principal foco da próxima fase do pente-fino, mas também deverão ser convocados pela perícia médica da Previdência beneficiários que recebem o BPC devido a algum tipo de deficiência.