O último menino e o treinador foram retirados da caverna agora parcialmente inundada no Norte da Tailândia onde estavam presos com seus colegas de um time de futebol, com idades entre 11 e 16 anos. Mergulhadores iniciaram às 10h08 desta terça-feira (horário local, 00h08 de Brasília) a etapa final da operação de resgate, que durou três dias no total. Mais cedo, três jovens deixaram o labirinto. Oito garotos já haviam sido levados para o hospital em Chiang Rai no domingo e na segunda-feira.
A Marinha da Tailândia anunciou a conclusão do resgate no Facebook:
“12 javalis selvagens e treinador fora da caverna. Todos seguros”, disse a página do órgão de Defesa. “Viva!”.
Choveu forte na região na madrugada desta terça-feira, o que poderia ter complicado a ação da equipe. O ex-governador de Chiang Rai e comandante da missão de salvamento, Narongsak Osotthanakorn, afirmou que o trabalho agora foi uma “corrida contra a água e o tempo”. As operações bem-sucedidas anteriores, que trouxeram oito garotos, foram realizadas com tempo seco.
Segundo Osottanakorn, um médico e três membros da Marinha tailandesa estavam com o grupo desde sua localização, na semana passada. Os oitos primeiros resgatados nos primeiros dois dias de missão estão sendo tratados em uma ala de isolamento em um hospital de Chiang Rai e apresentam bom estado de saúde.
— Os oito estão em bom estado, não têm febre — disse à imprensa Jesada Chokedamrongsuk, secretário permanente do Ministério da Saúde, no hospital Chiang Rai. — Todos estão em bom estado mental.
Esta foi a informação mais concreta sobre o estado de saúde dos jovens anunciada até o momento. Os meninos foram submetidos a vários exames, como de sangue e raio-X. Dois jovens, que apresentavam sintomas de pneumonia, mas receberam antibióticos e estão bem, informou o secretário.
Os adolescentes permanecem em quarentena, mas alguns de seus pais puderam vê-los através das janelas. Todos permanecerão em observação no hospital durante uma semana. Dessa forma, não poderão viajar para final da Copa do Mundo na Rússia em 15 de junho, a convite da Fifa, informaram os médicos.
— Não podem viajar, devem permanecer no hospital durante um tempo — declarou Thongchai Lertwilairatanapong, funcionário do Ministério da Saúde da Tailândia. — É provável que assistam pela televisão — completou durante a entrevista no hospital de Chiang Rai.
A Tailândia acompanha a saga dos 12 meninos, membros de um time de futebol, e de seu treinador de 25 anos, que ficaram presos na caverna em 23 de junho com o aumento do nível da água. O drama também é acompanhado em todo mundo: centenas de jornalistas estrangeiros estão na região da caverna e os meninos receberam mensagens de apoio de várias celebridades.
O comandante da junta militar que governa a Tailândia desde 2014, general Prayut Chan-O-Cha, visitou o local nesta segunda-feira.
— Todos podem se orgulhar. Mas a missão ainda não está cumprida — declarou Chan-O-Cha.
As chuvas aumentam a pressão para o resgate dos últimos quatro jovens e de seu técnico. O time passou nove dias na caverna até que dois mergulhadores britânicos conseguiram localizar o grupo, na segunda-feira da última semana. Abatidos, os jovens estavam em uma rocha a mais de quatro quilômetros da entrada da caverna.
Após a localização, as equipes de resgate examinaram todas as soluções possíveis, desde a perfuração de túneis nas montanhas até a possibilidade, descartada, de aguardar por várias semanas pelo fim da temporada de monção. Com a ameaça de mais chuva e o nível reduzido de oxigênio na galeria em que o grupo encontrou refúgio, as autoridades decidiram no domingo iniciar o resgate.
Com informação do Jornal O Globo