O presidente Michel Temer (PMDB) disse, na noite desta quinta-feira, 4, que recolheu uma quantia “insignificante” para a campanha presidencial de 2014, a qual participava da chapa junto da presidente cassada Dilma Rousseff (PT). “O que eu recolhi para a campanha foi o mínimo, uma coisa insignificante tendo em vista o montante da campanha”, disse o peemedebista em entrevista à RedeTv! O processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para avaliar se houve abuso de poder político e econômico e fraude na campanha da chapa deve ser retomado em maio, segundo o presidente da corte eleitoral, Gilmar Mendes.
Questionado sobre qual será a decisão do tribunal, Temer disse que tem dificuldades para responder por “involuntariamente” estar envolvido. “Pode decidir pela improcedência (da ação), pela separação de contas, que são prestadas separadamente”, informou o presidente. “Evidentemente, espero que (o TSE) decida de uma maneira que eu continue no cargo”, afirmou Temer.
Se o tribunal decidir pela não-divisão da chapa, como o relator ministro Herman Benjamin já indicou que seria seu voto, e se Dilma e Temer forem declarados culpados, ambos se tornariam inelegíveis por 8 anos e o presidente perderia o mandato.
O presidente, porém, lembrou que, independente da decisão da corte, as defesas podem entrar com pedido de recurso. “Se houver cassação da chapa, haverá recurso. Tanto a ex-presidente quanto eu próprio vamos recorrer internamente no TSE, depois no Supremo”, disse o presidente.
A expectativa de ter um presidente que pode ser cassado é ruim para o país, disse Temer, que afirmou preferir não prolongar o julgamento. “A todo momento dizem: ‘Ah, a economia vai melhorando, mas tem o TSE’. É preciso acabar com isso. Quanto antes julgar, melhor”, disse o presidente. “É ruim para o país, cria uma instabilidade inadequada para o País.”
Na entrevista, Temer negou que tenha tido contato com qualquer tipo de caixa 2. E se defendeu de revelações feitas pelo ex-diretor de Relações Internacionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, que disse que Temer teria negociado contribuições da empreiteira ao PMDB, em 2014.
“Aconteceu essa reunião. Eu declarei publicamente que aconteceu em 2010”, disse Temer. “Nem chegou a se falar de colaboração oficial (ao partido), mas a empresa acabou colaborando”, afirmou, falando que a doação foi declarada.
Temer também falou sobre o deputado cassado, Eduardo Cunha, que disse que o presidente teria agendado a reunião com a empreiteira. “Lamento dizer que ele se equivocou mentirosamente”, disse o peemedebista, que falou que a possível delação de Cunha não é “nenhuma assombração” para o Planalto. “Quero que ele seja muito feliz”, falou sobre Cunha.
Com informações O Estado de São Paulo