O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), anunciou na manhã desta quinta-feira, 9, que a bancada vai obstruir todas as votações na Casa em retaliação ao fato de o partido ter ficado fora do comando das comissões especiais das reformas da Previdência e Trabalhista. O petista reclamou da celeridade imposta na tramitação dos projetos e acusou os governistas de tentarem “atropelar” a oposição. “Querem aprovar as reformas a toque de caixa”, protestou.
Em entrevista coletiva, Zarattini lembrou que há 22 Medidas Provisórias a serem analisadas e que não haverá disposição dos petistas para analisar as propostas. O petista contou que pleiteou a participação do PT no comando das duas comissões, mas que nunca conseguiu um acordo para integrar a cúpula dos colegiados. “Queremos participar das decisões da Casa”, insistiu.
O partido diz que não há problema em instalar os trabalhos nesta quinta-feira e vai encaminhar os representantes que vão integrar as comissões, mas avisa que fará tudo para impedir a tramitação sem o debate aprofundado das propostas que, na avaliação de Zarattini, “suprime direitos”.
Pressa. Na própria base governista há quem conteste o ritmo da tramitação das propostas. Pela regra interna, as comissões devem concluir seus trabalhos em 40 sessões, mas os governistas querem votá-las a partir da 11ª sessão.
O líder do PPS, Arnaldo Jordy (PA), acredita que devido a complexidade dos temas e a necessidade de se corrigir distorções no sistema previdenciário, o debate deveria se estender por todo ano. Assim, o prazo de concluir as votações no Congresso ainda no primeiro semestre seria irreal. “Esse prazo é impossível”, declarou o líder.
Seminário. O PT realizou, na manhã desta quinta-feira, um seminário contra a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. A comissão para discutir o tema será instalada nesta tarde.
O debate, que tem como mote o “desmonte da previdência pública brasileira”, foi transmitido ao vivo pela internet. Além de deputados petistas, participaram o ex-secretário nacional de Políticas para Previdência Leonardo Rolim Guimarães e o professor de Economia da Unicamp Eduardo Fagnani.
O partido tem prometido fazer uma dura oposição à proposta, considerada um dos pilares do ajuste fiscal do governo do presidente Michel Temer.
Com informações O Estado de São Paulo