A força feminina avança nos diversos setores da economia e uma pesquisa do IBGE revela que 51% das empreendedoras brasileiras são também responsáveis pelo sustento da casa. Esse percentual foi alcançado em 2022, sendo o mais elevado desde 2016 – 41%, quando o levantamento começou a ser realizada pelo Sebrae.
Os dados tem por base a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números, na avaliação da coordenadora de Empreendedorismo Feminino do Sebrae, Renata Malheiros, representam uma vitória das mulheres, que ainda enfrentam barreira cultural para se impor no mundo dos negócios.
Segundo ela, os obstáculos para as mulheres que querem empreender são muito maiores do que o enfrentado pelos homens. E, nesse cenário, existem duas diferenças culturais básicas. A primeira delas, de acordo com Renata, é que empreender não costuma fazer parte do sonho das meninas, que são educadas com crenças limitantes sobre o que podem ou não fazer.
Há outro aspecto limitante: o fato de muitas mulheres ainda hoje terem de dedicar mais tempo no cuidado com a casa, os filhos e família do que os homens. Renata destaca, ainda, que não é raro uma mulher de negócios ter uma rede de relacionamentos de trabalho (networking) menor, por evitar se expor ou tomar a iniciativa de contato com homens, mesmo quando eles podem se tornar um importante parceiro nos negócios.
A pesquisa do Sebrae correspondente ao ano passado constatou que as mulheres dedicam em média, 17% menos horas semanais aos negócios do que os homens, por estarem envolvidas com a chamada “economia de cuidados”. Outra dura realidade, como diagnóstico dessa pesquisa é que, durante a pandemia, com as crianças sem aula, a situação piorou, porque as mulheres deixaram de ter o suporte de escolas e creches.