A eventual aliança com o PSB vem dando o que falar dentro do PT. Enquanto uma parte dos dirigentes acredita que a legenda deve se impor para que os socialistas apoiem o candidato petista à Presidência em troca de uma aliança com eles em Pernambuco, outro grupo, capitaneado por lideranças como Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais, e o senador Humberto Costa (PT-PE), quer selar já uma aliança com trocas apenas regionais.
O Estado de Pernambuco é considerado a joia da coroa do PSB na primeira hipótese. Já na segunda, os socialistas apoiam a reeleição do petista em Minas Gerais e o PT apoia a campanha do atual governador, Paulo Câmara (PSB-PE), em Pernambuco. Um dos argumentos dos que querem endurecer é a força de Lula em Pernambuco, que tornaria o PSB dependente do apoio do PT no estado: segundo pesquisa do Datamétrica divulgada nesta semana pelo Diário de Pernambuco, Lula mantém 59% das intenções de voto, contra 3% de Ciro Gomes — a outra opção dos socialistas para a campanha presidencial.
O PT oferece ainda um cardápio vasto ao PSB nas negociações: a cabeça de chapa em estados como Amapá, Amazonas, Paraíba e Espírito Santo, além de Pernambuco. E também o cargo de vice na campanha presidencial. Candidatos do PSB como o governador Márcio França, que concorre à reeleição em São Paulo e tem compromisso com Geraldo Alckmin (PSDB-SP), estariam liberados para apoiar outros partidos que se opõem ao PT na campanha presidencial.
Um dos nomes aventados para vice na chapa presidencial do PT caso seja fechada uma aliança com o PSB é o do ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB-MG). Apesar de toda a investida, o PSB está rachado e reluta em fechar aliança nacional, tanto com o PT quanto com o PDT de Ciro Gomes. Boa parte do partido prefere a neutralidade, para facilitar os acordos estaduais.
Com informações do Jornal Folha de São Paulo