As mortes por acidentes de trânsito no país estão em queda. Um levantamento inédito do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (18), que marca o início da Semana Nacional do Trânsito, aponta que, em seis anos, houve uma redução de 27,4% dos óbitos nas capitais do país. Em 2010 foram registrados 7.952 óbitos, contra 5.773 em 2016, o que representa uma diminuição de 2,1 mil mortes no período.
Cinco capitais se destacaram, em termos percentuais, com as maiores reduções: Aracaju (SE), com 57,1%; Natal (RN), com 45,9%; Porto Velho (RO), com 43,5%; Salvador (BA), com 42,4% e Vitória (ES) com 42,1%. Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Fortaleza aparece na antepenúltima colocação no ranking com apenas 16,5% de redução de óbitos. Em 2010 foram 406 mortes contra 339 em 2016.
Entre os tipos de vítimas, as mortes em pedestres tiveram a maior redução (44,7%), quando comparado os mesmos anos. Os ocupantes de automóveis e os motociclistas apresentaram queda de 18% e 8%, respectivamente.
A redução dos óbitos pode estar relacionada às ações de fiscalização após a Lei Seca, que neste ano completou 10 anos de vigência. Além de mudar os hábitos dos brasileiros, a lei trouxe um maior rigor na punição e no bolso de quem a desobedece, com regras mais severas para quem misturar bebida com direção.
A diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Maria de Fátima Marinho, avalia que a diminuição das mortes no trânsito mostra que o brasileiro tem mudado, aos poucos, as atitudes, prezando cada vez mais pela segurança.
“Houve um aprimoramento da Legislação, aumento na fiscalização e alguns programas estratégicos, como o Vida no Trânsito. No entanto, o número de óbitos e internações ainda preocupa, especialmente os de motociclistas. Precisamos avançar na mobilidade segura para reduzir esses números”, enfatizou Maria de Fátima Marinho.
VIDA NO TRÂNSITO
Outra estratégia que está impactando para a redução de óbitos é o Programa Vida no Trânsito. Realizado desde 2010, em parceria com estados e municípios, o Ministério da Saúde desenvolve ações para fortalecer políticas de vigilância, prevenção de lesões e mortes no trânsito e promoção da saúde. Desde a implantação, já foram investidos mais de R$ 90 milhões.
O Programa envolve a melhoria da qualificação, planejamento, monitoramento, acompanhamento e avaliação das ações com foco em dois fatores de risco nacionais: associação álcool e direção e velocidade excessiva e/ou inadequada e outros a níveis locais a depender dos resultados obtidos a partir das análises dos dados.
As ações iniciaram em cinco capitais: Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Palmas (TO) e Teresina (PI) e já apresentou resultados expressivos, reduzindo em pelo menos 20% a taxa de mortalidade por acidentes de trânsito. A partir de 2012, foi implantado nas demais capitais, e em alguns municípios (Guarulhos-SP, Campinas-SP, São Gonçalo-RJ, São José dos Pinhais-PR e Foz do Iguaçu-PR). Hoje está sendo executado em cerca de 40 municípios.
ACIDENTES
Em 2017, os acidentes de trânsito causaram 35.036 internações ao custo de R$ 48 milhões nas capitais e no DF. O número é menor do que o de 2016, onde os acidentes registraram 37.890 internações ao custo de R$ 54 milhões.
Segunda causa de morte entre as causas externas, os acidentes de trânsito têm maior ocorrência entre os homens jovens, com idades entre 20 a 39 anos. As principais vítimas fatais são os motociclistas, seguidos pelos ocupantes de automóveis e pedestres.
Dados por capital
Capital | Óbitos em 2010 | Óbitos em 2016 | Redução |
Aracaju | 154 | 66 | 57,1% |
Natal | 98 | 53 | 45,9% |
Porto Velho | 177 | 100 | 43,5% |
Salvador | 309 | 178 | 42,4% |
Vitória | 57 | 33 | 42,1% |
Rio Branco | 88 | 54 | 38,6% |
Belo Horizonte | 459 | 311 | 32,2% |
São Paulo | 1555 | 1066 | 31,4% |
Recife | 254 | 175 | 31,1% |
Boa Vista | 105 | 74 | 29,5% |
Florianópolis | 89 | 63 | 29,2% |
Goiânia | 405 | 287 | 29,1% |
Campo Grande | 224 | 167 | 25,4% |
Cuiabá | 186 | 139 | 25,3% |
Maceió | 179 | 134 | 25,1% |
Macapá | 81 | 61 | 24,7% |
Rio de Janeiro | 903 | 681 | 24,6% |
Teresina | 258 | 200 | 22,5% |
Manaus | 344 | 269 | 21,8% |
Brasília | 555 | 435 | 21,6% |
São Luís | 162 | 129 | 20,4% |
Porto Alegre | 189 | 151 | 20,1% |
Curitiba | 310 | 252 | 18,7% |
Belém | 190 | 157 | 17,4% |
Fortaleza | 406 | 339 | 16,5% |
Palmas | 72 | 65 | 9,7% |
João Pessoa | 143 | 134 | 6,3% |
TOTAL | 7.952 | 5.773 | 27,4% |
COM MINISTÉRIO DA SAÚDE