As ações de policiamento neste feriado de Tiradentes (21) foram reforçadas para evitar novos ataques a veículos do transporte público em Fortaleza. Segundo a Polícia Militar, 346 agentes, de todos os comandos da corporação, atuarão na segurança na capital cearense, com atenção especial aos bairros onde ônibus foram incendiados.
Além desse efetivo, segundo o secretário da Segurança do Ceará, André Costa, o esquema envolve o monitoramento das linhas de ônibus com o auxílio de helicópteros e a permanência da escolta de veículos em comboio.
“Também temos o reforço da Polícia Civil, para que vá atrás, busque e verifique as informações e faça mais prisões. O que não podemos é permitir que alguém saia impune de tudo o que aconteceu.”
Os ataques em Fortaleza começaram na tarde de quarta-feira (19) e já têm o saldo de 24 veículos incendiados, sendo 21 ônibus e três carros de órgãos públicos, três delegacias e duas agências bancárias alvejadas com disparos de armas de fogo e 16 pessoas presas.
Em todos os episódios envolvendo ônibus do transporte regular de passageiros, as pessoas foram retiradas dos veículos. Mesmo assim, dois trabalhadores se feriram. Na quarta, um motorista teve dificuldades de se soltar do cinto de segurança e teve queimaduras leves. Já ontem (20), um cobrador, deficiente físico, não conseguiu sair e sofreu queimaduras em 90% do corpo. Ele está internado no Instituto Dr. José Frota (IJF) e seu estado é considerado grave.
A investigação dos ataques está a cargo da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que analisa algumas possíveis causas. Um delas faz menção a transferências de internos de unidades penitenciárias do Ceará. Já outra se refere a supostas cartas encontradas em locais onde ônibus foram queimados assinadas por uma facção criminosa chamada Guardiões do Estado (GDE).