O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sergio Etchegoyen, reagiu na noite desta sexta-feira, 9, após o site da revista Veja publicar que o Palácio do Planalto mandou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorar a vida do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, responsável por homologar as delações dos executivos da JBS que resultaram no inquérito aberto na Corte contra o presidente Michel Temer.

“Tenho certeza de que isso não aconteceu. Confio na Abin, nos profissionais da Abin e eles têm dado reiteradas mostras de seu profissionalismo”, afirmou ele ao Estado. A agência é subordinada ao gabinete do general. O Palácio do Planalto chegou a emitir uma nota à imprensa negando a versão da publicação.

Etchegoyen telefonou para a presidente do STF, Cármen Lúcia, para negar a versão da revista. “Eu não me prestaria a isso”, afirmou ele, lembrando que disse à ministra que “a diretriz do presidente Michel Temer é que a Abin é uma agência de Estado” e que “o governo tem perfeita noção da independência dos Poderes” e “eu não me prestaria a isso”.

Depois de admitir que o episódio cria uma “situação desconfortável”, Etchegoyen disse que ligou para a ministra, e não para Fachin, “porque ela é presidente da Corte”, além de não conhecer o relator da Lava Jato no STF.

Para Etchegoyen, “é muito fácil atacar” os profissionais da Abin, referindo-se a problemas que ocorreram no passado. “Não sei falar sobre o passado. O que eu sei, o que eu tenho testemunhado, desde quando cheguei aqui, é que a Abin faz um trabalho admirável, cumprindo o seu papel, apesar de todas as suas dificuldades e limitações. Não iria bisbilhotar ninguém. Não faria isso. Tenho certeza que não faria”, declarou.

Questionado a quem poderia interessar a divulgação desse tipo de notícia, que é atribuída pela revista a um auxiliar do presidente Temer, que pediu para se manter no anonimato, o general respondeu: “interessa a quem aposta na instabilidade”. O general queixou-se, em seguida, por não ter sido procurado pela revista. “A Veja não me perguntou nada. Não me procurou. A prática certa seria me procurar, até porque nunca deixamos a imprensa sem resposta”.

Sobre a possibilidade de a Abin ter feito a espionagem sem o seu conhecimento, o ministro reiterou que não, e insistiu que os profissionais de lá não fariam isso porque “tem perfeita noção de que o trabalho deles é de uma agência de Estado”.

Com informações O Estado de São Paulo