O governador Camilo Santana está mergulhado nas articulações com vistas às eleições de 2022, trabalha a manutenção da aliança do PT com o PDT, mesmo com todos os contratempos e conflitos entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidenciável Ciro Gomes, e poderá, até mesmo, em nome dessa união, sacrificar uma candidatura ao Senado.

Camilo, que carrega como uma das principais virtudes a lealdade ao grupo liderado pelos irmãos Cid e Ciro Gomes, não terá dificuldades, nem frustração se o caminho for a permanência no Governo até o final do mandato para eleger o seu sucessor. Um dos nomes mais cotados é o do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT).

As pré-candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva e de Ciro Gomes – dois aliados e amigos de Camilo, o deixam, para alguns, no dilema sobre as eleições de 2022. Para quem o conhece de perto, Camilo, se for para renunciar a pré-candidatura ao Senado, não carregará ressentimentos, nem frustração. Ele deixa isso bem claro em entrevista, nesta segunda-feira, ao Jornal Valor Econômico.

“Será uma decisão coletiva. Sempre coloco que o projeto não é pessoal, individual, é coletivo. Faço parte, com muita honra, de um projeto que tem sido construído ao longo dos anos no Estado e vamos avaliar se essa for a missão para contribuir no processo do Ceará”, declarou Camilo, ao falar sobre o cenário que está sendo construído para 2022.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de acordo com o tucano, Camilo é mais cauteloso, embora mantenha a disposição de seguir a decisão do grupo.

“O PSDB não foi aliado nosso na última eleição para o governo [em 2018]. Não há nenhuma decisão definitiva. O que for melhor para o projeto do Estado nós vamos cumprir essa missão”, observa.