O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira (6) que o governo está discutindo com a Petrobras uma nova política de preços de combustíveis. O objetivo é que um aumento no mercado internacional não venha a prejudicar o consumidor e, por outro lado, uma queda muito grande não traga perda à estatal.
A informação foi dada em entrevista à rádio CBN de Ribeirão Preto. Meirelles também avaliou que é necessário rever a questão da remuneração do produtor do álcool, mas ressalvou que o governo do presidente Michel Temer não faz controle artificial de preços, descartando qualquer investida nesse sentido.
Com a alta de preços dos combustíveis nos últimos meses, o Planalto o pediu no início de fevereiro ao Cade para investigar se há cartel no setor. O governo suspeita que postos e distribuidoras não repassam quedas dos valores cobrados nas refinarias. Em contrapartida, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis fez uma representação ao órgão regulador de concorrência acusando a estatal de adotar práticas para dificultar a compra do insumo no exterior, segundo reportagem do jornal Valor Econômico desta terça-feira.
A Petrobras adota desde 4 de julho uma política de ajuste no preço da gasolina e do diesel segundo itens como a variação do preço internacional e do dólar. No período, os preços nas refinarias subiram 22,3% e 18,8%, respectivamente. Os valores cobrados das distribuidoras podem sofrer variações de um dia para o outro.
Preços ao consumidor
O preço cobrado ao consumidor é definido livremente pelos postos, e o custo do combustível nas refinarias é um dos fatores no cálculo. O valor médio do litro da gasolina subiu 15%, indo de 3,647 reais na semana entre os dias 2 e 8 de julho – início da nova política da Petrobras – para 4,193 reais na última semana. Os dados são do levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e levam em conta os preços em 5.761 postos nesse último período.
Entre outubro e fevereiro, o combustível nos postos do país subiu por 14 vezes seguidas. Nas quatro semanas seguintes, a gasolina registrou três quedas e uma manutenção de preço.
Em relação ao diesel, a alta ao consumidor final foi de 10,8%, quando passou de 3,160 reais por litro para 3,502 reais. O etanol foi vendido nos postos do país a 3,019 reais na última semana, segundo a ANP.
Com informações Reuters